“Não via o Amorim tornar-se treinador”
Já fez várias referências ao Sporting. Como tem seguido a equipa à distância?
MIGUEL VELOSO - Acompanho sempre o Sporting desde que saí. É o meu clube. Vejo quase todos os jogos e sofro... Agora ainda sofro mais, desde a chegada do Rúben Amorim porque também foi meu colega e desejo-lhe o melhor. Conheço-o bem e fico muito feliz de o ver treinar o meu clube.
Ⓡ Foram colegas de clube e nas seleções. Via-o a ser treinador?
MV - [Risos] Atenção que eu conheço o Rúben desde o CAC da Pontinha e depois fomos companheiros, de facto. As nossas famílias também se conhecem e têm muito boa relação. Ele sempre foi muito brincalhão...
Ⓡ Mas olhava para ele no balneário e pensava algo do género: ‘Este um dia vai dar treinador’?
MV - Não sabia sequer que ele queria ser treinador, mas se calhar até queria pela forma como ele imitava os treinadores [risos]. Mas sou sincero: nunca pensei que iria ser treinador. Lá está, o Rúben sempre foi brincalhão, mas também tem muito carisma e as pessoas gostam dele. Daí também o sucesso que tem tido.
Ⓡ Gosta de recordar o passado. Qual considera ter sido o seu período mais feliz enquanto jogador?
MV - O futebol dá-te tanto… Não falo a nível de dinheiro. Mas os tempos mais felizes foram em jovem, no CAC da Pontinha e na formação do Sporting, quando fiz novas amizades. Não tens preocupações. Estão ali os teus pais, que te dão tudo, e jogas para te divertires. São os momentos mais felizes, ali entre os 14 e os 18 anos. Depois começas a ter responsabilidade e a pensar no que queres fazer. Mas a fase mais feliz foi quando treinava e jogava com colegas que viraram amigos. Na altura não dás tanto valor, mas agora pensas nisso.
Ⓡ E já está em paz com o Benfica, que o dispensou quando era infantil?
MV - Nunca tive rancores, não sou disso. As coisas acontecem por uma razão. Sejamos sinceros: sempre fui relacionado com a grande carreira do meu pai no Benfica. Era uma mochila que tinha às costas e, se calhar, jogava por ser filho dele. Mas tudo acontece por uma razão. Ter ido depois para o CAC da Pontinha e daí para o Sporting foi o melhor que me aconteceu.
“NO BENFICA TINHA ÀS COSTAS A MOCHILA DE SER O FILHO DO MEU PAI [ANTÓNIO VELOSO], MAS NÃO GUARDO RANCOR”