Record (Portugal)

Uma final portuguesa seria lindo

- HORA DO CHÁ Eládio Paramés

Arranca amanhã a Taça das Nações Africanas. Divididas por seis grupos, 24 equipas disputarão um lugar na final, a 11 de Fevereiro, em Abijdan (Costa do Marfim). E se no jogo inaugural se vai poder ouvir falar português, pois os anfitriões defrontam a Guiné Bisau, quem sabe se também no encerramen­to a nossa língua poderá ser escutada. Aliás, esta não é a única seleção onde o português é predominan­te, pois Angola, Moçambique e Cabo Verde foram apuradas, tornando-a ainda mais europeia do que africana. Com efeito, mais de 60 % dos jogadores actuam no Velho Continente, enquanto que os que evoluem em África não ultrapassa­m os 26 por cento.

Na Europa, é o campeonato francês

que está mais representa­do, com 90 jogadores, logo seguido do inglês (50) e espanhol (33). De Portugal, seguiram 20 internacio­nais, tantos quantos os que competem em Itália. Mas há até quem neste momento jogue no Brasil, como o nosso bem conhecido Slimani.

De tudo isto resulta que esta CAN pode ser mais espectacul­ar

e competitiv­a, já que nela se associam à versatilid­ade e criativida­de dos africanos o rigor e a disciplina táctica obrigatóri­a na Europa. ‘Estrelas’ como o senegalês Mané, o camaronês Aboubakar, o nigeriano Osimhen, o marroquino Oumani, o argelino Mahrez ou o egípcio Salah darão o ‘perfume’ ideal.

Poderemos então ter uma bem mais equilibrad­a

competição com vencedor imprevisív­el, pois apesar de os da casa terem sempre uma palavra a dizer, dos senegalese­s serem considerad­os favoritos, das exibições de Marrocos no Mundial do Qatar terem ficado gravadas na memória, equipas como Nigéria, Gana ou Camarões não podem ser considerad­os ‘outsiders’. E seria lindo ver José Peseiro e a sua Nigéria defrontar Rui Vitória e o seu Egipto na final. Tal como no começo, seria espectacul­ar a CAN acabar em português.

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