Educar para antecipar o futuro
O árbitro é uma das peças de um jogo de futebol, nem mais nem menos importante do que outras. Os árbitros são de carne e osso, tal como jogadores, treinadores, equipas médicas, dirigentes e adeptos. Estas são evidências que apesar de óbvias são recusadas por muitos, que olham para o árbitro como algo de nefasto, arquitetando teorias da conspiração para justificar cada decisão num encontro. A APAF, da qual sou o presidente da Direção desde 2016, está prestes a iniciar o projeto ‘Arbitragem na Escola”, apoiado pela FPF no âmbito do programa ‘Crescer 24’, o que vai permitir que em breve possa estar na estrada. Vão ser instalados ecrãs numa carrinha onde será possível crianças e jovens visionarem e decidirem lances de futsal, futebol e futebol de praia; vão poder utilizar óculos 3D e decidir como se em campo estivessem, entre outras atividades. O objetivo passa por esta carrinha interativa visitar as escolas, permitindo que os jovens possam contactar com as dificuldades de tomar decisões e ao mesmo tempo ‘aguçar o apetite’ pela arbitragem. Este megaprojeto nacional irá contar com a colaboração das Associações, dos seus conselhos de arbitragem e ainda de núcleos e academias de arbitragem.
Este será um passo fundamental para ajudar as próximas gerações a olhar para o árbitro como um ser humano, que toma decisões certas e erradas, mas que tem uma responsabilidade elevada pela importância que é dada ao jogo, seja ele de que competição e escalão for. Humanizar a figura do árbitro é um trabalho que consideramos fundamental. Uma missão árdua, para a qual temos de estar preparados. Incutir fair-play, honestidade, ética e valores, é responsabilidade de todos. Cada um à sua medida, mas ninguém pode assobiar para o lado sob pena de contribuir para um futebol frequentado por gente violenta, fisicamente e moralmente.