Record (Portugal)

“As minhas pernas também são tortas”

Com nome de craque, Garrincha tem feito jus à alcunha na época de estreia em Portugal

- JOSÉ LAMEIRAS

O nome de craque já preconizav­a um futuro com a bola nos pés. O ‘Anjo das Pernas Tortas’ foi bicampeão do Mundo de futebol pelo Brasil, em 1958 e 1962, e foi um dos grandes jogadores da história do futebol canarinho. Weverton Morais, pivô do Eléctrico, “herdou” o nome devido a semelhança­s físicas com o astro. “A verdade é que as minhas pernas também são um pouco tortas e desde muito cedo começaram a chamar-me Garrincha”, começou por dizer a Record.

PIVÔ BRASILEIRO DE 31 ANOS MARCOU NA VITÓRIA CONTRA O BENFICA NA ÚLTIMA RONDA. “FOI ESPECIAL”, ASSUME

Ainda assim, na hora de finalizar, há diferenças entre os dois. Se o Bola e Bota de Ouro no Mundial de 1962 arriscava mais com o pé direito, o jogador de 31 anos é canhoto na hora de chutar à baliza. Na forma de jogar, mesmo em palcos e contextos bastante diferentes, este novo Garrincha faz também do drible e da rapidez de finalizaçã­o as grandes armas. O rótulo não o assusta, muito pelo contrário, consideran­do ser “uma honra” levar esse nome e não abdica de o colocar em cima do número 7 na sua camisola. A viver esta temporada a primeira experiênci­a na Europa, Garrincha está encantado com a qualidade da Liga Placard. “É um grande campeonato, competitiv­o, com bastante talento e uma estrutura já muito profission­al”, atira, destacando como equipas mais fortes o Sporting e Benfica e, por isso, não esconde que foi inesquecív­el marcar no triunfo do Eléctrico (2-1) diante dos encarnados, na jornada passada:

“Foi especial, claro! Num jogo daqueles... senti-me mesmo abençoado por ter vivido aquele momento, mas tenho-me dedicado para que isso aconteça mais vezes e vou continuar a trabalhar para ajudar a minha equipa a alcançar os objetivos.”

Um jogo pelo Brasil

Em 2022, num dia que nunca irá esquecer, foi chamado pela primeira e, até agora, única vez à seleção do Brasil, para um jogo particular disputado no Japão. Garrincha entrou em campo, não fez o gosto ao pé, mas poderá para sempre dizer que é internacio­nal brasileiro. “Foi um momento muito feliz, mas não sei se algum dia se irá repetir. Para ser sincero, já não tenho muita esperança de regressar”, atirou o pivô do Eléctrico.

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HONRA. Weverton Morais herdou a alcunha de um dos melhores jogadores brasileiro­s da história

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