Novo ano, velhos hábitos
Os antigos já diziam “ano novo, vida nova”, mas há exceções e algumas são intoleráveis. Nos últimos dias de janeiro regressaram os episódios de agressões a árbitros, neste caso, por parte de jogadores no Algarve em Aveiro e recentemente também na Horta. São acontecimentos inaceitáveis e que mostram a falta de cultura desportiva existente numa grande fatia daqueles que estão ligados ao chamado desporto-rei.
A Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF),
da qual sou presidente, tem alertado para a necessidade de decisões céleres, quanto à aplicação de sanções. A propósito elogio a Autoridade para Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) que tem mostrado competência e celeridade, e isso deve-se ao trabalho de excelência do presidente Rodrigo Cavaleiro e de toda a equipa. Está a fazer a sua parte, sendo ao mesmo tempo importante parceiro da APAF e da Confederação das Associações de Juízes e Árbitros de Portugal (CAJAP). As agressões a árbitros assentam numa enorme falta de respeito pelo outro e numa total incapacidade para respeitar os valores da ética e do fair-play. Qualquer agressão registada em recintos desportivos em geral e a árbitros em concreto é naturalmente um acontecimento dissuasor para muitos jovens e respetivos pais e/ou encarregados de educação enveredarem por uma ligação ao desporto, como atleta, treinador, dirigente e até adepto. Quem não se identifica com atos de violência, afasta-se.
Ou seja, quando alguém agride um árbitro
está a contribuir de forma amplamente negativa para o descrédito da atividade desportiva perante a sociedade em geral. Esta parece-me uma linha de pensamento coerente, justa e honesta, mas infelizmente há alguns energúmenos que teimam em seguir por caminhos desviantes. As pessoas de bem dispensam os arruaceiros e mal-educados da prática da atividade desportiva.