Viva o futebol
A PSP e a GNR estão em luta. Foram já muitas as ações de protesto. Tocaram no futebol e tudo mudou. Passaram de vítimas a réus. Reuniu o Estado e vieram as ameaças disciplinares. Atrevo-me a prever, que caso a situação se mantenha, as coisas se compliquem muito.
Confesso alguma simpatia pelos protestos. Não pela justificação, mas a justeza. Não entendo a ‘azia’ que a atualização do subsídio na PJ causou. Nunca ninguém na PJ reclamou dos oito subsídios que auferem. Na PJ há um único subsídio, que é igual para todos, da base ao topo. Na PSP/GNR cada categoria tem um subsídio diferente.
Percebo a indignação das bases porque têm cerca de 270€ de subsídios. Já não percebo a cobiça pelo da PJ, quando no topo de carreira têm um subsídio de quase 900€, ou seja, idêntico ao da PJ. Só falta ver a PJ a reivindicar todos os subsídios que a GNR/PSP tem.
É o momento de parar para pensar. Não é admissível o uso de baixas médicas; então as polícias investigam burlas com baixas fraudulentas e fazem o mesmo? Há momentos para tudo, para o protesto, para a recusa a horas extraordinárias ou a gratificados, mas sem por em causa a autoridade de estado. Um polícia que hoje, no protesto coloque em causa a Autoridade de Estado, fica sem moral, para amanhã o exigir aos outros cidadãos.
E as Chefias e o Governo têm a obrigação de resolver o problema, de acabar com as desigualdades que grassam dentro das instituições, da mesma forma que têm a obrigação de manter a segurança do país, e de não por em risco a realização de nenhuma atividade publica, seja um jogo ou um concerto. Bem haja o futebol, que obrigou a que a racionalidade volte à nossa vida.