O acerto e o erro do DI(stemido)
Apesar de estar com o lugar em risco no Toulouse, fruto da dececionante campanha na Ligue 1 e na Taça, o catalão Carles Martínez preparou minuciosamente a deslocação à Luz, não deixando de olhar ao pormenor para a forma como os rivais criaram arduidades ao Benfica. Por isso, com alguma surpresa, abdicou do quase inegociável 4x2x3x1 – ora com recurso a dois médios de contenção e um médio-ofensivo, ora com recurso a três médios de perfil mais defensivo, que, ainda assim, não se escondem com bola –, optando pelo recurso a um 5x4x1 (momento defensivo) que procurava desdobrar-se em 3x4x2x1 (momento ofensivo). Exatamente a mutação estrutural com que o Benfica se tem debatido com mais dificuldades nas competições internas. Com essa opção, o Toulouse garantiu um melhor controlo da largura, escondendo as debilidades de Suazo, em momento defensivo, para fechar o corredor esquerdo, e garantiu sempre superioridade sobre os avançados encarnados, tanto na resposta à finalização, como na saída em construção. O que obrigava o Benfica a exibir índices de criatividade e de imprevisibilidade na construção e na criação que nunca conseguiu atingir em ataque posicional, como também uma contundência na pressão e na reação à perda que não passou de uma miragem. Por isso mesmo, a bola de Rafa ao ferro, a de grande oportunidade da etapa inicial, resultou de uma das raras situações que as águias fruíram em campo aberto, fruindo de um desequilíbrio pontual na transição defensiva do Toulouse. Já o triunfo desenhou-se com dois golos desde a marca de onze metros de Di María, o jogador que por mais que erre nunca se esconde e continua a decidir. No último passe ou no remate. Em Guimarães ou na Luz.