AMORTIZAÇÕES DEPRECIAM VENDAS
Saldo bruto de 628 M€ em 14 épocas com transação de passes só dá encaixe líquido de 12,2 M€ por ano
A venda de passes de jogadores é uma fonte de receita extraordinária fulcral para a viabilidade financeira das SAD dos maiores clubes nacionais - e para a sua competitividade desportiva... -, mas este é um parâmetro de impacto limitado. No seguimento da análise feita por Pereira da Costa, da lista de André Villas-Boas, às contas portistas, Record aprofundou a importância das amortizações e perdas por imparidade na sociedade. Ora, o impacto das vendas extraordinárias está abaixo do que é
RELATÓRIOS DA SAD VALIDAM DADOS APONTADOS PELO CFO DE VILLAS-BOAS REFERINDO PERDAS FACE AOS RIVAIS
usualmente percecionado à luz dos seus valores brutos. Desde 2010/11 até ao 1º semestre da presente época, o denominado ‘trading’ de jogadores alcançou os 628 M€ em resultados - diferença entre a receita e o investimento -, porém, no mesmo período, as amortizações e perdas por imparidade chegam aos 456 M€. Ou seja, após ponderadas todas as parcelas, o retorno líquido baixa aos 172 M€, algo como 12,2 M€ por ano. Um valor curto para uma sociedade com as necessidades e ambições da do FC Porto, cujo saneamento financeiro parece necessitar de um outro tipo de solução ao nível do aumento de receitas, como de resto já indiciaram Pereira da Costa e João Rafael Koehler, este da lista de Pinto da Costa.
De notar o facto de, no período em análise, um total de quatro épocas terem tido até valores de amortização superiores aos resultados com transações, como foram concretamente os casos de 2011/12, 2013/14, 2019/20 e 2022/23. Este é também um capítulo no qual as saídas a custo zero têm um peso importante, pois significam que o investimento feito nas aquisições foi completamente amortizado e, simultaneamente, que não existiu entrada de nova receita, o que prejudica a liquidez.
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