Visão estratégica para o desporto em Portugal
O PAÍS NÃO PODE FICAR BLOQUEADO POR MOMENTOS POLÍTICOS COMO AS ELEIÇÕES, PELO QUE O FAMIGERADO PACTO DE REGIME DEVIA SER ASSUMIDO DE UMA VEZ POR TODAS
Tivemos este domingo novas eleições que deixam novamente Portugal numa situação política frágil e com inúmeras incertezas para os próximos meses e talvez anos. O país não pode ficar bloqueado por estes momentos políticos pelo que o famigerado pacto de regime devia ser assumido de uma vez por todas.
As grandes decisões estruturais sobre o país têm efetivamente que ser acordadas entre os principais intervenientes políticos e passar ao lado da instabilidade eleitoral. Te- mas como saúde, justiça, educação e também o desporto, deviam ter planos de longo prazo e uma visão estratégica do seu contributo para o país. No caso do desporto esta ausência de visão e longo prazo tem sido gritante, sendo normalmente o papel do estado uma torneira que vai despejando cada vez menos dinheiro de uma forma tática e meramente operacional. O papel do desporto num país deve tocar aspetos como a saúde e bem-estar da sua população, bem como a promoção da competição em termos económicos. O desporto é uma indústria muito importante em Portugal. Se consultarmos dados do Instituto Nacional de Estatística relativo ao ano de 2021 podemos encontrar informação que ilustra a importância deste sector. A balança comercial de bens desportivos registou um saldo positivo de 205,6 milhões de euros (91,7 milhões de euros em 2020). Em 2021, o emprego desportivo foi estimado em 37 mil pessoas (0,8% da população empregada), menos 3,7% do que em 2020.
Em 2020, contavam-se 13.754 empresas no sector desportivo (mais 1% do que em 2019), que geraram 1,7 mil milhões de euros de volume de negócios (-17,6%) e um valor acrescentado bruto (VAB) de 593,9 milhões de euros (-31,1%). Em 2020, estavam inscritos nas federações desportivas 587,8 mil praticantes (menos 14,7% do que no ano anterior), dos quais 72,1% eram homens.
Numa outra perspetiva verificamos que 11.066 era o número de clubes existentes em Portugal, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística em 2022. Quando olhamos para a comparação dos últimos 5 anos verificamos que se trata de um número consistente já que a variação é mínima desde 2017.
Por tudo isto, seria bom que
Portugal, enquanto país, tivesse em conta esta indústria e definisse objetivos que nos permitissem posicionar as potencialidades do futebol, surf, golfe ou hipismo, a utilização dos melhores estádios, autódromos, piscinas e arenas multiusos ou a atração de grandes competições internacionais. Falta definitivamente uma visão do desporto em Portugal e um plano para os próximos 10 anos que nos permita retirar o melhor proveito desta indústria.
FALTA UM PLANO PARA, NOS PRÓXIMOS 10 ANOS,
RETIRARMOS PROVEITO
DESTA INDÚSTRIA