Ás de trunfo em cima da mesa!
A INDÚSTRIA DO DESPORTO É CADA VEZ MAIS ATRATIVA
PARA INVESTIMENTOS
O FUNDO SOBERANO DA ARÁBIA SAUDITATERÁ FEITO UMA OFERTA DE 2 MIL MILHÕES DE DÓLARES PARA COMPRAR E FUNDIR OS CIRCUITOS DE TÉNIS PROFISSIONAL MASCULINO E FEMININO
Os rumores indicam que, nos últimos dias, o fundo soberano da Arábia Saudita, sentou os dirigentes máximos do ATP (masculino) e da WTA (feminino) na mesma mesa e terá feito uma oferta de 2 mil milhões de dólares para comprar e fundir os circuitos de ténis profissional masculino e feminino numa organização única.
Como os árabes não estão para brincadeiras nem têm tempo a perder, deram indicação nessa reunião que o acordo é considerado urgente e que a proposta tinha um prazo de validade de 90 dias, pelo que os presidentes da ATP e WTA se apressaram a partilhar a proposta com os restantes dirigentes mundiais da modalidade.
A notícia, apesar de explosiva, não pode deixar ninguém muito surpreendido. A Arábia Saudita, nos anos mais re- centes, já investiu mais de 10 mil milhões de dólares em modalidades como o futebol, golfe, Fórmula 1, WWE ou boxe. Já compraram clubes, (como o Newcastle United), criaram ligas profissionais, como o LIV Golf, pelo que o ténis parece o passo seguinte mais natural. O modelo de negócio do ténis é muito semelhante ao do golfe, modalidade reconhecida globalmente, com milhares de atletas, mas que só se tornam profissionais se tiverem um bom desempenho e conquistem os ‘prize money’ avultados.
Quando cruzamos o Atlântico e olhamos para a realidade dos Estados Unidos, verificamos um cenário extremo onde todas as equipas profissionais das ligas de basquetebol, beise- bol, futebol americano e hóquei no gelo são também detidas por grandes empresas ou por bilionários.
A indústria do desporto é cada vez mais
poderosa e atrativa para investimentos deste género. É capaz de gerar receitas astronómicas, além de gerar um nível de visibilidade que nenhuma outra indústria consegue dar. Bilionários e grande grupos económicos foram por isso comprando clubes por todo o mundo. Alguns com objetivos de retorno financeiro, outros para ganhos de protagonismo e visibilidade ou outros por pura diversão.
O enraizamento dos fundos de investimento
no panorama desportivo mundial levanta várias questões pertinentes a ter em conta na indústria do desporto, ao mesmo tempo que abre novas oportunidades que podem transformar os modelos de negócio das sociedades desportivas.
Estes movimentos capitalistas destes fundos
têm originado uma enorme resistência ao longo dos anos. Todos nos recordamos de várias manifestações de adeptos, particularmente os ingleses, contra estas vendas, mas ao mesmo tempo que isso sucede, outros adeptos festejam a passagem para as mãos de donos endinheirados que permitem a esses clubes aumentar a sua competitividade desportiva. O mundo do ténis está assim a viver os 90 dias mais importantes da sua vida.