DUALIDADE ESMAGA PAIXÃO DE SÉRGIO
Critério das arbitragens na origem da frustração anunciada, sem minorar responsabilidade interna
ç“A sensação que tenho é que começo a perder um pouco a paixão e a alegria do futebol.” A frase é de Sérgio Conceição, na conferência de imprensa após a derrota com o V. Guimarães, de anteontem, e foi complementada assim: “Há muita coisa negativa, a começar por aquilo que devíamos fazer e não fizemos. E depois, tem sido uma constante, cada vez que nos podemos aproximar dali da frente...” O lamento marcou a mensagem do técnico, por deixar transparecer a frustração aguda de quem pauta habitualmente as suas intervenções públicas por mensagens assertivas e que vincam amiúde a sua forte paixão pelo futebol e a sua profissão. De acordo com as informações recolhidas por Record, a manifestação de tristeza de Conceição relaciona-se sobretudo com a avaliação que faz do nível da arbitragem na Liga Betclic esta época, o que não impede o reconhecimento de erros próprios e da equipa, como também verbalizou no domingo, além de outros condicionalismos relacionados com o clube no seu todo.
O desânimo face às arbitragens diz respeito à volatilidade das intervenções do VAR e sobretudo a uma dualidade de critérios comparativamente com os jogos dos rivais Sporting e Benfica, em especial nos últimos meses, que no seu entendimento ajudaram a cavar as atuais diferenças pontuais. Face ao cenário, a preocupação técnica passa por proteger o melhor possível os jogadores do ambiente hostil e de frustração que os próprios já denunciaram através de uma mensagem comum nas redes sociais. Tudo em nome dos objetivos ainda em aberto, nomeadamente a conquista da Taça de Portugal e o alcance do melhor lugar possível na Liga Betclic.
Eco das queixas
As declarações do técnico, de resto, serviram de mote para as queixas apresentadas pelo FC Porto na sua newsletter Dragões Diário sobre a jornada ontem concluída: “O FC Porto voltou a ser penalizado por várias decisões erradas da equipa de arbitragem. Como já confirmaram os especialistas, logo ao minuto 4, ainda com 0-0 no marcador, ficou por assinalar um ‘penálti claro’ sobre Galeno. Pouco depois, o primeiro golo do Vitória nasce de uma falta menos evidente. Na segunda parte, Pepe foi expulso por ter feito um gesto a sinalizar a necessidade de uso de óculos. Noutros campos, com outras camisolas vestidas, pode-se dar cabeçadas a árbitros ou murros a adversários sem qualquer tipo de sanção.”
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“TENHO A SENSAÇÃO DE QUE COMEÇO A PERDER UM POUCO A PAIXÃO E A ALEGRIA DO FUTEBOL. HÁ MUITA COISA NEGATIVA.” SÉRGIO CONCEIÇÃO