Record (Portugal)

“Jogadores diziam que Taarabt era top”

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Quando decidiu que seria importante voltar a apostar em Taarabt?

BL – No primeiro treino do Adel na equipa B, ele demonstrou toda a sua qualidade e, no final, eu dise-lhe isso. Ele levantou a camisola e disse: ‘Vê como estou mais

magro’. E eu respondi-lhe que ele podia estar mais gordo ou mais magro que eu não iria notar a diferença. Eu não o conhecia. E essa conversa foi o ponto de partida para o ir conhecendo melhor. Nesse período na equipa B, ele treinou sempre muito bem, foi muito profission­al, e acabámos por tirar mais tarde proveito dessa preparação na equipa B. Quando subi à equipa A, e principalm­ente quando o presidente assumiu que eu iria ser o treinador até final da época, disse-lhe que todas as decisões no reajustame­nto do plantel teriam de passar por mim. Tínhamos um plantel grande e tinha de arranjar espaço para os jogadores que queria promover da equipa B. Alguns acabaram sair, porque sentia, pelo desgaste que também já existia entre eles e os adeptos, que não valia a pena continuare­m. Como tinha um conhecimen­to muito aprofundad­o dos jovens da equipa B, acreditava que com o devido suporte iriam ter sucesso a curto prazo. A minha decisão foi subir o Zlobin, o Ferro, o Tino e o Jota. E o Adel ficou em lista de espera. A primeira conversa que tive sobre o Adel foi com o Jonas. Ele disse-me que era um jogador top, que gostava muito dele, que eram amigos.

Como segunda opinião quis ouvir o nosso capitão

Jardel, que me disse ‘o Adel é top’ e que nunca tinha tido problemas com nenhum jogador, mas sim com o treinador anterior. Fui chamando o Adel para treinar com a equipa principal. A dada altura houve um treino à porta aberta e ele estava com a equipa. Foi notícia e a partir daí, não havia hipótese de voltar atrás.

Ⓡ Mas o presidente tinha dito que ele não voltava a jogar na equipa principal.

BL – O presidente acabou por perceber que o Adel foi bem recebido pelo grupo e que estava para ajudar. Naquele momento o melhor era ficar a observar e deixar-me trabalhar. Lembro-me que lhe disse que, até final de janeiro, algumas coisas tinham de acontecer para eu trabalhar confortave­lmente. No 31 de janeiro, ele ligou-me à noite e disse assim: ‘Está tudo tratado, o plantel vai ficar como tu querias’. Eu aproveitei a ocasião para puxar pelo Adel. A estreia do Adel foi com o Tondela. O jogo estava embrulhado e eu olhei para quem estava a aquecer e eu sentia que o Adel podia trazer coisas que não estávamos a conseguir fazer. Ele entrou, os adeptos entusiasma­ram-se e ele acabou por fazer um passe fantástico para o Grimaldo que cruza para o Seferovic marcar de cabeça. Ganhámos o jogo e um jogador. Ele, numa entrevista, disse que quando eu o chamei para entrar pensou ‘o treinador está louco’. *

“DEPOIS DO PRIMEIRO TREINO NA EQUIPA B, O ADEL LEVANTOU A CAMISOLA E DISSE: ‘VÊ COMO ESTOU MAIS MAGRO’”

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