Record (Portugal)

“Quaresma hoje está diferente”

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Em fevereiro disse que no balneário do Sporting existem muitas personalid­ades fortes. O que torna este grupo diferente, como tantos dizem que o é?

H – Também tive grande conexão com os grupos no Lecce e no Copenhaga, que tinham bons capitães – porque numa equipa precisas sempre de vários capitães e não só do que usa a braçadeira. Temos isso aqui no Sporting. Precisas de construir um plantel que tenha caráteres e personalid­ades fortes que conduzam a equipa para um nível superior. Sobretudo aqui temos personalid­ades muito diferentes, mas cada um tem qualidades que pode trazer para a equipa. Não conseguirí­amos os troféus que conquistám­os esta época sem esse tipo de jogadores e de personalid­ades.

Ⓡ Quais foram os jogadores que o surpreende­ram mais no plantel do Sporting? Em abril confessou que ficou surpreendi­do com a técnica do Neto.

H – Sim, falei sobre o Neto, fiquei surpreendi­do com a técnica dele. Espero que ele me agradeça por isso [risos]. Tem uma capacidade técnica muito boa. E gostei muito da forma como o [Eduardo] Quaresma entrou na equipa. Ele estava com dificuldad­es no início da época, não jogou muito e depois

teve uma oportunida­de contra o FC Porto. Acho que com essa exibição - e as seguintes - evoluiu muito como jogador. Claro que podemos falar sobre outros jogadores que tiveram uma época muito boa, mas acho que a imprensa já fala muito sobre eles. O desenvolvi­mento dele [Eduardo Quaresma] foi algo especial. Comparando a altura quando cheguei com o dia de hoje, está um jogador diferente.

Ⓡ O que fez a diferença? O míster Amorim fala sempre do empenho diário nos treinos...

H – Acho que ele ainda pode treinar melhor, evoluir mais e ter uma mentalidad­e melhor, de querer treinar no duro todos os dias. Falamos sobre isso com ele. E ele ouve-nos quando o tentamos ajudar, isso é um aspeto importante quando és um jogador jovem. O desenvolvi­mento dele, nos treinos e nos jogos, foi muito grande. Estou muito feliz pela época que ele fez. Podia falar sobre tantos outros jogadores da nossa equipa... Por exemplo, o [Daniel] Bragança. Não jogou muito no início porque o Morita estava muito bem, mas agora tem jogado mais, a um nível muito alto. O Morita jogou muito bem no início, agora não tem jogado tanto, porque o Bragança tem jogado bem. É como dizia: temos tantos jogadores que trouxeram coisas diferentes quando mais precisávam­os... O Paulinho não jogou tanto esta época mas basta ver os números dele. É especial para um jogador como ele, já que também temos o Viktor. Quando teve a oportunida­de, marcou golos e ajudou-nos. Podia estar a falar sobre isto por mais uma hora [risos]! Mas isso foi chave, termos jogadores que tiveram impacto quando nós precisávam­os.

Ⓡ Tem de mudar a forma como aborda o jogo consoante quem é o seu colega no meio-campo?

H - Claro que é diferente quando jogo com o Morita ou com o Bragança. Não joguei muito com o Koba [Koindredi], acho que terá a sua oportunida­de no futuro. Também joguei com o Dário [Essugo], um bom jogador. Quando jogas com um médio diferente tens de te adaptar, podes ter um papel diferente no jogo. Por exemplo, quando estou ao lado do Morita, sei que ele é muito forte nos duelos, tem qualidade a defender – e para mim tem ainda mais a atacar. Nesta fase da época, o míster meteu mais vezes o Bragança, que tem muita qualidade a atacar. Quando estou ao lado dele tenho a responsabi­lidade de ser um médio mais defensivo, enquanto que com o Morita podemos alternar de papéis.

“O BRAGANÇA ESTÁ A UM NÍVEL MUITO ALTO E OS NÚMEROS DO PAULINHO SÃO ESPECIAIS. PODIA ESTAR UMA HORA A FALAR DISTO!”

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