Os gestilusos
çHouve os “Magriços” de boa memória, os “Viriatos”, os “Patrícios”, os “Navegadores”, muitas vezes era o Hernâni Gonçalves quem escolhia, sempre com oportunidade o sobriquete motivador e agregador pelo que passavam a ser conhecidas as diversas seleções que iam aos campeonatos da Europa ou do Mundo. Para mim era sempre uma renovada emoção.
Confesso que tenho dificuldade em imaginar um nome para esta seleção,
não porque duvide um segundo do seu valor, mas porque entendo que subjacente à sua composição, avultam critérios e motivações que não têm que ver necessariamente com o mérito e a qualidade do desempenho.
Eu sei que fazer escolhas é um ato subjetivo e solitário e nunca, nenhum selecionador,
em qualquer parte do mundo, conseguiu agradar a todos; há, contudo, limites do entendível.
A escolha de Pedro Neto e Jota, que pouco jogaram este ano,
deixando de fora Pote, Trincão, Horta, todos com números impressionantes, desafia a mais elementar lógica. E já não falo do Nuno Santos, eterno preterido.
Digo isto, porque, para encontrar uma explicação plausível,
é inevitável que se entre em considerações de natureza extra-desportiva, que nos levaria à dolorosa constatação de estarem a “abrasileirar” a nossa seleção, if you know what I mean…
Este selecionador teve o discernimento de passar a jogar de tração à frente, não lhe retiro o mérito.
No mais, às vezes sou levado a pensar que não tem total autonomia de escolha, vigorando como que um regime de comissariado. A pretérita seleção de um Renato Sanches que mal tinha calçado as botas, é disso prova inquestionável.
As desajeitadas explicações publicamente dadas pelo selecionador
para justificar quem deixou em terra, mais soam a expurgos de má consciência.
Esta seleção é tão boa e determinada, tem tamanho valor,
que vai conseguir brilhar no Europeu, apesar do seu selecionador. Confio nisso cegamente.
AS ESCOLHAS DE NETO E JOTA, QUE POUCO JOGARAM ESTE ANO, DESAFIAM A LÓGICA