Record (Portugal)

BEATRIZ 007 CUMPRIU MISSÃO COM DISTINÇÃO

Pomba com melhor média nacional na competição pertence a João Paulo Maia Valente, de Nisa

- ANA PAULA MARQUES

Os números da Prova Nacional de Fundo Valência 2024, organizada pela Federação Portuguesa de Columbofil­ia e que decorreu no dia 4 deste mês, são impression­antes: 14 associaçõe­s distritais, 400 clubes, 8 mil columbófil­os, de norte a sul do país, e mais de 40 mil pombos, participar­am no referido evento, que teve um vencedor por cada associação distrital para “garantir a verdade desportiva, uma vez que as distâncias variam de pombal para pombal”, justifica a Federação (FPC).

Ainda assim, houve quem se destacasse por ter sido a pomba com a melhor média a nível nacional: Beatriz 007 voou a mais de 70 km/h, para cumprir os 605 quilómetro­s entre Lliria, Valência, e o seu pombal, em Nisa, no distrito de Portalegre, em 8h30. “Tenho esta pomba desde que nasceu, em 2021”, começou por nos contar o seu proprietár­io João Paulo Maia Valente, revelando depois o tempo que um pombo, neste caso, a pomba, pode durar na ‘alta competição’. “Manter-se no auge são cinco a seis anos”, refere este columbófil­o da Sociedade Nisense (Portalegre), que nos relata ainda como se prepara uma ave para estas competiçõe­s.

“O treino dos pombos começa logo dois meses depois de nascerem. Vamos treinando, soltamo-os todos os dias à volta do pombal – eles regressam sempre ao local onde foram criados e onde saem pelas primeiras vezes à rua –, e quando já têm uma boa preparação física, quando conseguem aguentar uma hora a voar, começamos então a aumentar a intensidad­e dos treinos: começamos pelos mais curtos, 5, 10, 15 quilómetro­s”.

De geração para geração

Voltemos à protagonis­ta da

Prova Nacional de Fundo Valência 2024. O nome Beatriz 007 a que se deve?

“Tem a ver com a minha filha, que se chama Beatriz. O 007 é a terminação da anilha”. Portanto, nenhuma ligação ao agente James Bond [risos]. “Neste caso foi caso uma agente, numa missão nada fácil”, disse-nos João Paulo Maia Valente, de 45 anos, que herdou do pai a “paixão” pela columbofil­ia, que pratica desde muito novo. E novos são ainda os seus filhos de 9 e 6 anos. “Eles também já competem”, disse-nos o progenitor.

E será a columbofil­ia um desporto ao alcance de todos em termos monetários? “Digamos que é uma paixão um pouco cara, como se costuma dizer, é um

“TENHO ESTA POMBA DESDE QUE NASCEU, EM 2021...OS TREINOS COMEÇAM LOGO AOS DOIS MESES DE IDADE”, REFERE

desporto de ricos, praticados por pobres. As rações estão caras, o IVA aumentou para 23 por cento”, justifica.

15 a 20 mil euros

Por falar em valores, quanto vale a Beatriz 007, agora que é uma campeã? “Os preços do pombos dependem sempre do interesse do comprador, mas tendo em conta os valores que se praticam lá fora diria que entre os 15 e 20 mil euros”, refere João Paulo Maia Valente, que faz parte da Sociedade Nisense, onde estão filiadas 16 equipas.

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PASSAGEM. João Valente já passou para os filhos a paixão que herdou do pai pela columbofil­ia
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