PERGUNTAS A LUIS FONSI
O NOME DESTE CANTOR porto-riquenho pode não ser imediatamente reconhecível. Contudo, se se mencionar o seu mais recente êxito, Despacito (que assina a meias com Daddy Yankee, seu conterrâneo), todos vão saber logo quem é. Na eminência da sua estreia ao vivo em Portugal (na terça-feira, 18 de Julho, no Campo Pequeno, em Lisboa, e a 19, no Pavilhão Multiusos de Gondomar), o músico que pôs o mundo inteiro a ouvir ritmos latinos e que até já actuou na Casa Branca falou com o GPS, por telefone, a partir de Miami. 1 Que explicação encontra para o êxito de Despacito? Fiquei muito surpreendido pelo carinho das pessoas para com esta música. É uma canção alegre, sensual, feita para ser dançada e desfrutada, e acho que as pessoas perceberam isso e identificam-se com ela. É impressionante o poder que ela está a ter! Nunca sonhei que uma canção fosse capaz de cruzar fronteiras e fazer-se ouvir em sítios onde o espanhol não é o idioma principal – muito menos o secundário. Vou ser sincero: não sei qual foi a razão para isto tudo acontecer... mas a canção tem um ritmo muito pegajoso, e uma letra igual, o que terá ajudado, com certeza. 2 A Internet foi importante para alcançar todo este sucesso? Foi essencial, o mais importante, sem dúvida. Foi a via directa para o mundo inteiro. Se estivéssemos a falar há dez ou quinze anos, muito provavelmente não teria acontecido nada – e se, por milagre, acabasse mesmo por acontecer, demoraria muito tempo. Hoje em dia, tudo é instantâneo... A canção tem poucos meses – no mundo da música é muito pouco tempo, mesmo – e já está a ter todo este sucesso. 3 Cada vez mais se assiste a uma maior procura da música latina. Porque é que acha que isso acontece? É muito surpreendente, não é? Sempre cantei música muito ritmada, mas as pessoas conhecem-me mais pelas canções românticas que fiz, as baladas. Tem-me surpreendido muito ver a reacção das pessoas a este fenómeno – que já alastrou à Europa (de Itália à Suíça), à Ásia (em países como a China, a Tailândia ou o Japão) e até a países anglo-saxónicos. As pessoas estão cada vez mais a ligarem-se à música latina. O Despacito é uma canção cheia de ritmo, tem uma melodia pop e sonoridades latinas... e acho que isso é precisamente aquilo que as pessoas procuram hoje em dia. Este movimento, este sabor, vai contagiando, um atrás do outro. Pessoalmente, é um orgulho muito grande que as pessoas comecem a prestar mais atenção à minha cultura.