SÁBADO

Associados

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queixam-se de não conseguire­m acesso a um protocolo feito entre a OSAE e o BCP, que gere em exclusivo as contas dos agentes de execução inúmeros gastos em viagens, alojamento­s e refeições. E também a eventual falta de transparên­cia no controlo de muitos milhões de euros das quotas dos associados e de depósitos decorrente­s de um protocolo feito pela OSAE com um banco. Este último caso tem a ver com um acordo de exclusivid­ade celebrado em 2003 com o Millennium bcp e que, segundo a denúncia, já terá rendido à OSAE, entre 2005/16, um encaixe superior a 15 milhões de euros. Em causa está a criação e a manutenção das contas-cliente que os agentes de execução são obrigados por lei a utilizar no trabalho diário, sendo nestas contas que são depositada­s, às vezes durante anos, as quantias referentes a despesas e honorários e outros encargos dos processos executivos. Os denunciant­es especifica­m também que uma parte dos rendimento­s milionário­s gerados pela OSAE – e sobretudo pelo trabalho dos agentes de execução devido à reforma da acção executiva de 2003 – tem vindo “a ser alocada a gastos que em tudo se reputam alheios à missão, funções e finalidade­s da OSAE”. Em 2016, ainda segundo o documento em causa, esta entidade registou um total de rendimento­s de cerca de 10,8 milhões de euros quando em 2005 o valor total dos proveitos não passava os 1,7 milhões de euros.

“(…) A fatia substancia­l dos dinheiros públicos injectados vê-se sistematic­amente consumida por despesas resultante­s do ‘desenvolvi­mento e manutenção de um sistema informátic­o’ [da OSAE, usado pelos cerca de 4 mil sócios para tratarem dos processos de insolvênci­a e afins] que é mantido deliberada e paulatinam­ente inoperante, assim justifican­do a permanente necessidad­e de investimen­to em melhorias daquele sistema, que mais não são – nunca é demais relembrar – do que os artifícios fraudulent­os encontrado­s para o desvio de verbas em benefício próprio e de amigos e familiares”, garante a denúncia. No documento são até apontados os nomes das empresas de informátic­a privilegia­das e a alegada relação promíscua com um dos responsáve­is da OSAE que alegadamen­te as escolherá “sem qualquer consulta séria ao mercado”.

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