SÁBADO

ÃE E PAI OUTRA VEZ

Um intervalo de vários anos traz vantagens para os pais e para os irmãos.

- Por Rita Sanches

Afonso

Apesar de ser muito responsáve­l, tem paciência para brincar com o irmão mais tolerante do que há 20 anos, idade da filha mais velha, Lúcia. “Com os outros andava sempre: ‘Não façam isso, cuidado.’” Agora com o Vasco, de 3 anos, é: “Faz, mas tem cuidado.”

Na verdade, agora até tem ajuda com o Vasco. Afonso, de 14 anos, é muito responsáve­l e toma conta do irmão. Só não lhe consegue dar banho: é o momento mais difícil do dia, com ataques de reguila. Ainda assim, os irmãos também funcionam como professore­s. Até já lhe ensinaram a dizer as cores em inglês. hoje com cinco anos, e com a Maria, de três – tudo se revelou mais fácil. Apesar de não se lembrar exactament­e de como funcionava­m as papas e os tipos de leite, foi uma grande ajuda para a mulher, mãe pela primeira vez. Até a resolver pequenas doenças. Nuno já via tudo com mais descontrac­ção e solucionav­a em casa constipaçõ­es e dores de barriga. Com o André, lembra, iam ao pediatra por tudo e por nada. O filho mais velho não vive com eles, mas tem uma relação próxima com as irmãs. Quando ele está, é o centro das atenções. E a ligação serve de treino à paciência do adolescent­e, que as deixa usar o smartphone para ver filmes da Disney. Magda Gomes Dias revela que outro desafio são os ciúmes e alerta para o perigo de descurar o adolescent­e. “Os pais pensam que o filho já está criado, sabe estudar, vai sozinho para escola, por isso podem dedicar-se ao mais pequeno. Nada mais errado.” Há que não esquecer que ele continua a precisar da atenção dos pais.

No caso das filhas de Teresa, a mãe recorda que até houve ciúmes por causa da roupa. “Quando comprava alguma coisa só para a Margarida, a Inês achava injusto.” Mas foi uma fase. Ângela Coelho deixa um conselho: “Os pais podem pensar como lhes querem mostrar que os amam, que o seu lugar não está ameaçado. Fazer uma lista das coisas que amamos e apreciamos em cada um dos filhos permitirá ter presente e partilhar essa redescober­ta.”

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