As linhas que cosem o adeus a Daniel Day-Lewis
O realizador Paul Thomas Anderson “matou” o actor inglês, que tem dito que depois de Linha Fantasma, que estreia esta quinta, 1, e que está nomeado para seis Óscares, não vai voltar a fazer filmes
Não sabia que ia deixar de representar antes de fazer este filme”, disse Daniel DayLewis numa entrevista recente de promoção do seu mais recente – e aparentemente último – trabalho, Linha Fantasma, que chega aos cinemas portugueses a 1 de Fevereiro.
“Sei que eu e o Paul [Thomas Anderson, o realizador] rimos imenso antes de fazermos o filme e que depois nos deixámos dominar por um enorme sentimento de tristeza e parámos de rir. Isso tomou-nos de surpresa. Não sabíamos o que tínhamos criado. Foi – e ainda é – difícil viver com isso”, disse à publicação W Magazine.
“Tínhamos criado”, disse ele. É sabido, afinal, que um filme com Daniel Day-Lewis tende a ser fruto de um extenuante trabalho colaborativo entre actor e realizador, seja ele Paul Thomas Anderson, com quem trabalhou em Haverá Sangue (2007), Steven Spielberg, em Lincoln (2012), Martin Scorsese, em Gangs de Nova Iorque (2003) e A Idade da Inocência (1993) ou o irlandês Jim Sheridan, seu parceiro habitual nos anos 90 – em O Boxeur (1997), Em Nome do Pai (1993) ou O Meu Pé Esquerdo (vá, é de 1989).