SÁBADO

TAYLOR SWIFT

COISAS QUE APRENDI SOBRE A TAYLOR

- ÂNGELA MARQUES CRÍTICA

Nós estávamos em 2014, mas Taylor Swift? A namoradinh­a da country já estava no futuro. Lançava 1989 e na primeira semana vendia um milhão de cópias, transforma­ndo-se na dona disto tudo. Com

Shake it Off (em que sacudia as franjas dos ombros com versos como I go on too many dates, but I can’t make them stay )e Blank Space (em que anunciava, sem vergonha, I got a long list of ex-lovers, they’ll tell

you I’m insane) ela posicionav­a-se: ia ser uma menina má.

A tormenta não tardou. Houve polémicas (que só escrevia sobre ex-namorados, que se incompatib­ilizava com as outras artistas, que explorava a admiração que os fãs sentiam por ela) mas houve mais de 5 milhões de cópias vendidas. Assim, 2014 foi um bom ano para Taylor – só que 2015 e 2016 foram anos ainda melhores para os seus haters.

No final de 2017, Taylor decidiu ripostar. Lançou o sexto álbum, Reputation ,e,em bom português, mostrou os dentes e fez cair o Carmo e a Trindade – fizesse o que fizesse, o disco não ia cair em saco roto. [Graças a Deus pelos youtubers, Taylor] O vídeo do primeiro single, Look What

You Made me Do, foi mais dissecado que um cadáver e mais celebrado que o primeiro bebé do ano. Os fãs juntavam-se para ouvir pela primeira vez o single e descobrir quantas dicas enviava Taylor a outras princesas da pop. Foi uma festa e o ressabiame­nto ainda ia no adro. É que Reputation não se chama assim só por causa do single. Taylor não perde aqui uma oportunida­de para dizer que tem inimigos, que não confia em ninguém, que foi, é e será atraiçoada. Estará a menina má a ficar chorona?

[Taylor, foi mimo a mais.]

O que mais aborrece neste Reputation, contudo, não é Taylor passar metade do tempo a enviar recados a ex-amigas, é estar a ficar parecida com elas. Logo na abertura, com ... Ready for it?, Taylor soa tanto a Katy Perry que seria preferível achar que aquele refrão foi escrito para a segunda e enviado por engano para a primeira. Com alguns momentos interessan­tes, Reputation é um disco pop – mas é praticamen­te só isso. Faltam-lhe as canções de amor orelhudas, os hinos juvenis e aquele menear de ombro a que ela nos tinha habituado. De tanto pensar na sua reputação, Taylor Swift esqueceu-se de dar aos inimigos razões para continuare­m a odiá-la.

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