SÁBADO

O diamante azul vai a leilão

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Chamam-lhe Farnese Blue, Farnesio Azul ou, mais explicitam­ente, Diamante Azul de Farnesio. Há 300 anos que passa de mão em mão por famílias reais europeias e a casa de leilões Sotheby’s anunciou que vai ser leiloado, pela primeira vez, no próximo dia 16 de Maio, em Genebra – o que também quer dizer que será visto em público pela primeira vez em 100 anos. A pedra tem uma cor que oscila entre o azul e o cinzento-escuro, 6,1 quilates, e foi extraída nas minas de diamantes de Golconda, na Índia.

Foi entregue no ano

1715 a uma filha do duque de Parma, Isabel de Farnesio, quando ela se casou com Felipe V de Espanha. Atravessou sete gerações em várias monarquias europeias – além de Espanha, andou por França, Itália e Áustria, mas sempre de uma forma mais do que discreta. Tal como conta a Sotheby’s, “esteve todo este tempo escondida. Com a excepção de familiares muito próximos, ninguém sabia da sua existência”.

A jóia chegou à Áustria ida de Itália quando o duque Roberto e a duquesa de Parma escaparam em 1859 ao Risorgimen­to, a unificação italiana. Levaram com eles muitos bens e, evidenteme­nte, jóias de família. A derradeira proprietár­ia conhecida terá sido a arquiduque­sa Maria Anna da Áustria (1882-1904), que casou com um filho do duque de Parma, o príncipe Elie. A arquiduque­sa deixou escrito que o diamante azul foi montado numa tiara cuja história não era menos notável, já que estava associada a Maria Antonieta. Maria Anna terá usado a tiara nos famosos bailes da corte dos Habsburgos, mas esse mundo chegou ao fim em 1918, quando o Império Austríaco se desmoronou.

O Diamante Azul voltará deste modo a ver a luz 100 anos depois. As expectativ­as da casa de leilões para esta venda oscilam entre os 3,5 e os 5 milhões de euros.

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