Paula de Papel, peça que parte da obra de Paula Rego, estreia na sede d’O Bando, em Palmela
Paula de Papel, peça-oficina baseada na pintura de Paula Rego, estreia este sábado na sede d’O Bando, em Palmela
Tudo começa com uma folha em branco, da qual qualquer coisa pode nascer. As crianças sabem-no bem – entretêm-se horas a criar mundos com canetas e lápis de cor, a cortar, dobrar e colar imagens, de bichos, bonecos e gente. Paula Rego também: desenhando, riscando, amachucando, pintando, misturando, cortando e colando papéis, ela criou uma linguagem única, que a tornou uma das maiores artistas portuguesas de sempre. Por isso faz sentido mostrar às crianças (dos 6 aos 12 anos) a sua obra, onde é evidente o fascínio pelo imaginário infantil, os seus heróis e a capacidade de inventar fantasias e senti-las como reais, ao ponto de ter medo delas. Pelo menos, foi o que pensaram Juliana Pinho, actriz e encenadora, Rita Brito, actriz, e Margarida Mata, artista plástica, que co-assinam e interpretam Paula de Papel, espectáculo-oficina (onde a interacção com o público é determinante) que parte das personagens das pinturas e colagens de Paula Rego, especialmente dos anos 60, em que produziu trabalhos aparentemente infantis mas na verdade empenhados política e socialmente (lembre-se Salazar a Vomitar a Pátria, por exemplo). Com música de Jorge Salgueiro, espaço cénico de Rui Francisco e figurinos de Clara Bento, Paula de Papel estreia no sábado, dia 14, na sede d’O Bando (grupo percursor na exploração de teatro não infantilista para a infância), em Vale de Barris, Palmela. Em Maio, passará pela Casa das Histórias, o museu de Cascais dedicado à pintora.