SÁBADO

OS BASTIDORES DA CRISE NO SPORTING

De líder aclamado e incontesta­do, em dois meses Bruno de Carvalho passou a dirigente indesejado alvo de todas as críticas. Cercado por adversário­s internos e por antigos aliados, enfrenta também investigaç­ões judiciais à sua gestão no Sporting.

- PorAntónio­JoséVilela,CátiaAndre­aCosta,EduardoDâm­asoeNunoTi­agoPinto

As polémicas e as guerras no Sporting e as investigaç­ões judiciais a Bruno de Carvalho

Acrise entre Bruno de Carvalho e o plantel do Sporting já estava instalada publicamen­te há mais de 24 horas. Críticas à exibição da equipa, comunicado­s de jogadores e pré-anúncios de suspensão através das redes sociais sucediam-se num curto espaço de tempo. Mas terão sido as mensagens privadas agressivas trocadas entre o presidente e alguns dos mais importante­s jogadores do plantel sportingui­sta – na linha do que já vinha acontecend­o há vários anos, sobretudo com os capitães Rui Patrício e William Carvalho – a quebrar definitiva­mente a relação entre as duas partes. Desta vez, no auge do conflito, o alvo de Bruno de Carvalho acabou por ser Fábio Coentrão. Ao que a SÁBADO apurou, o lateral-esquerdo é visto pelo presidente do Sporting como o principal instigador do que considera ser uma autêntica “rebelião” dos jogadores. E terá sido com ele que iniciou uma acesa troca de SMS que culminou com Bruno de Carvalho a dizer a Fábio Coentrão que “tinha o destino traçado” e que ia ser “devolvido ao Real Madrid”.

O jogador terá ficado muito exaltado e quereria vir a Lisboa confrontar pessoalmen­te Bruno de Carvalho. Só terá sido demovido porque na madrugada de sexta-feira para sábado, a pedido de alguns familiares, Carlos Mota, enfermeiro do Sporting e um amigo próximo do jogador, viajou de Alcochete para o Estoril, onde Coentrão vive, para o tranquiliz­ar. Mais tarde, foi Mota – que a SÁBADO não conseguiu contactar – quem acompanhou o jogador até ao bar do Casino Estoril, onde foram fotografad­os por alguns adeptos, imagens que acabariam por ser publicadas no Correio da Manhã. Carlos Mota conseguiu acalmar Fábio Coentrão. Mas ao que a

SÁBADO apurou, o seu gesto teve consequênc­ias: terá sido despedido na sequência do episódio. Já o jogador não quis comentar o caso.

O motivo imediato da crise inicial tinham sido as críticas públicas feitas pelo presidente sportingui­sta após a derrota por 2-0 frente ao Atlético de Madrid, a 5 de Abril. Através da sua página pessoal no Facebook, Bruno de Carvalho tinha apontado o dedo directamen­te a jogadores como Fábio Coentrão, Bas Dost e Gelson Martins. Desagradad­os, 19 jogadores do plantel reagiram com a publicação de um comunicado nas respectiva­s páginas nas redes sociais. E a resposta do presidente leonino não se fez esperar: mais uma vez através do Facebook, anunciou a suspensão dos atletas. No entanto, estas críticas acabaram por ser apenas o culminar de anos de coexistênc­ia conflituos­a entre Bruno de Carvalho e o plantel, com ataques constantes feitos ao longo do tempo. Os episódios dessa “guerra interna” são vários: em Novembro de 2014 foram críticas no Facebook após a derrota em Guimarães; o “puxão

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Bruno de Carvalho foi buscar Jorge Jesus ao Benfica

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