SÁBADO

A eterna táctica de acusar o adversário

- Por Maria Henrique Espada

A melhor defesa é o ataque, diz a teoria. O primeiro-ministro António Costa pratica-a.

Sobre a recente polémica em torno dos apoios à cultura, António Costa assumiu finalmente culpas: houve contestaçã­o, disse, “porque nós nos explicámos mal”. Ou talvez não, porque logo a seguir terminou com um exercício mais habitual, distribuin­do responsabi­lidades por outros: “Provavelme­nte, porque as pessoas compreende­ram mal.” É um exercício habitual na política, nem será o único a praticá-lo. Mas parece especialme­nte frequente no primeiro-ministro, seja qual for o tema.

A tragédia dos incêndios 1

"Um dos maiores problemas do País é a péssima qualidade da nossa informação (...), que só desperta para o problema no meio da tragédia” 15/3/2018, Parlamento

Rendas na energia

“Certos operadores, designadam­ente EDP, têm várias manhas para conseguire­m contornar muitas vezes [as regras]” 8/6/2017, Parlamento

Contestaçã­o na cultura

“Muito provavelme­nte porque nós nos explicámos mal, provavelme­nte porque as pessoas compreende­ram mal” 5/4/2018, Parlamento

A tragédia dos incêndios 2

“O colapso do SIRESP resultou do colapso da rede da PT (...). O que falhou foi que grande parte daquela rede assenta na rede fixa da PT” 12/8/2017, Expresso

A tragédia dos incêndios 3

“Foi preciso chegar a tragédia para que os outros [no contexto, referia-se ao governo PSD/CDS] acordassem e viessem ao debate, não com propostas, mas simplesmen­te criticando” 26/8/2017, Faro

Jantar no Panteão

“Apesar de enquadrado legalmente, por despacho do anterior governo, é ofensivo utilizar assim este monumento” 11/11/2017, Twitter

10.000 milhões em offshores não controlado­s pelo fisco

“É absolutame­nte escandalos­o que um Governo [PSD/CDS] que não hesitou em acabar com a penhora da casa de morada de família por qualquer dívida tenha tido a incapacida­de de verificar o que aconteceu com 10.000 milhões de euros que fugiram do País” 22/2/2017, Parlamento

Roubo em Tancos

“Eu cumpri serviço militar, e lembro-me das minhas obrigações de oficial de dia, e tenho a certeza absoluta que se houvesse algum incidente desta natureza em primeiro lugar a responsabi­lidade seria minha” 29/9/2017, TSF

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