SÁBADO

Os milhões e os trocos

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A Relação acaba de dar razão aos funcionári­os da Caixa Geral

de Depósitos que reclamaram do facto de lhes ter sido cortado um mês de subsídio de refeição. Não, não se tratou de uma ação de poupança absurda da administra­ção do banco, antes da aplicação de uma norma seguida por todas as empresas: quando está de férias, o trabalhado­r não recebe subsídio de alimentaçã­o. Por muito óbvio que tal possa parecer, na CGD não era assim, o dinheiro jorrava e pagavam-se os almoços durante os 12 meses. E agora, por decisão de um tribunal superior, a entidade bancária – que cobra aos reformados o levantamen­to do seu dinheiro das contas que o Estado os obrigou a abrir – tem de dar a ajuda para o refeiçoar do pessoal, mesmo que ele esteja a banhos nas Caraíbas. Estamos, claro, perante um divertimen­to com trocos. A questão séria é outra e foi há dias retirada do esquecimen­to por Rui Rio, no congresso da JSD: é que continuamo­s sem saber os nomes das pessoas ou empresas que receberam, ao longo de vários anos, empréstimo­s da Caixa sem as garantias que permitisse­m a sua recuperaçã­o, bem como os montantes que cada qual embolsou e a indicação de quem despachou favoravelm­ente esse criminoso esbanjamen­to de milhões de euros do banco público. Pergunta estúpida: o que estará a travar a investigaç­ão?

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