Alexandre Pais
A 5 de maiode 1998, foilançado, perante
grande expetativa, o diário 24horas, que duas décadas depois podemos considerar que mudou o paradigma da imprensa portuguesa. Desde logo por custar 100 escudos, o que obrigou os outros generalistas – primeiro o Diário de Notícias e por último o Correio da Manhã – a baixarem os preços de capa. E a seguir porque se assumiu como tablóide – um termo horroroso para os faróis da deontologia – e explorou o noticiário cor de rosa, forçando também, nesse particular, a criação de secções de people na concorrência.
Não foi um trabalho fácil. A composição da redação, por exemplo, tornou-se dramática porque na definição da linha editorial não se conseguia ir além do popular com qualidade, uma espécie de ovo de Colombo. Fui chefe de redação antes ainda de chegar o mobiliário e vivi com o fundador e diretor, José Rocha Vieira, os dias difíceis dos primeiros números zero .O 24horas nasceu com o capital suíço da Edipresse e morreu, 12 anos mais tarde, na Controlinveste, sem nunca ter encontrado o seu espaço de sobrevivência no mercado. Apesar de ter alcançado vendas médias de 50 mil exemplares, em 2004 – onde isso já vai, como nos foge a vida...
A fechar. Há uma semana, publiquei aqui uma frase de Abraham Lincoln, que disse ser não o 16.º mas o primeiro (!) Presidente dos Estados Unidos. A pataratice avança e terei que tirar daí as devidas ilações. Peço desculpa, leitor.