Há uma diferença
No debate que tivemos na Quadratura, António Costa para justificar que é injusto no caso Sócrates atacar os que com ele trabalharam de perto, citou o caso de Duarte Lima na altura em que fui seu vice-presidente. Infelizmente não houve tempo para lhe responder como devia no programa, mas Costa escolheu um mau exemplo. Quando logo a seguir à “desaparição” de Lima se começou a perceber a série de incongruências, contradições e mentiras na sua história e explicações, eu, Silva Marques e mais alguns membros da direcção parlamentar (e não o PSD) fizemos tudo o que se podia fazer para “cortar” o Grupo Parlamentar da sua pessoa, afastámos os colaboradores que tinha trazido, verificámos as contas, conduzimos uma dura auditoria interna, e nunca nos colocámos a esperar pelo processo judicial. E não foi fácil. Lima, que era formalmente o presidente do Grupo Parlamentar, teve de se afastar abrindo caminho a novas eleições. Movemo-nos por uma razão: sabíamos que havia muita coisa errada e não queríamos ser coniventes.
Lima veio a voltar à actividade partidária e a manter demasiadas cumplicidades no PSD, mas quem esteve envolvido nesse processo inicial nunca aceitou qualquer colaboração, nem estar na mesma mesa, nem sequer falar. Há muito tempo que no PS se devia ter feito o mesmo com Sócrates, mas ninguém mexeu uma palha. É essa a diferença.