“Não acredito que cometesse um atentado”
A mãe de Fábio diz que as mães devem ter atenção aos detalhes
Quando o Fábio foi preso pediu ajuda ao Governo português?
Sim, ligámos para a embaixada. Já não sei se aqui se em Espanha mas não souberam dizer grande coisa. Pedir ajuda para quê?
Podem dar apoio jurídico.
No início ele não quis porque diz que é inocente e não sabe do que o acusam. Diz que apenas mudou de religião para casar com uma muçulmana. Mas que se o acusam é por uma razão e que está aqui para servir o Deus dele. É o que me diz sempre.
Mas ele converteu-se muito antes.
Sim, mas sempre disse que se ia casar com uma muçulmana. Mesmo que a gente queira ajudar, numa situação destas, de terrorismo, em que a gente não sabe a verdade… Não sei quem diz a verdade, se é a justiça se é ele. Não acredito que cometesse um atentado. Acredito que pegasse um avião e fosse combater, mas lá naquele país contra as pessoas que estão a fazer mal ao Deus dele.
Que conselho dá a outras mães?
[Tenham atenção] às companhias e às alterações de comportamento, a barba, a roupa, as conversas: dizer às mães que não precisam de trabalhar ou para não usar maquilhagem. Mas principalmente o sorriso [de satisfação] quando há atentados. De um momento para o outro ficamos sem os filhos. Eu fiquei sem o meu. Há três anos que falo, rio, mas o meu coração está preto. E tenham atenção às horas que eles estão no quarto e escondem as páginas [da Internet] para a gente não ver.
Ele estava muito no computador?
Muitas. Sempre a rezar e naqueles sites horríveis. Vigiem os vossos filhos. O meu entrou nisto já estava fora de casa, mas os sinais são os mesmos. Os dos atentados tinham 22, 23 anos. O meu já foi com 30...