SÁBADO

50 anos de HeyJude

A 30 de Agosto de 1968 ouvia-se pela primeira vez a icónica música do grupo de Liverpool: McCartney escreveu-a para consolar o filho de Lennon mas acabou por tocar uma geração inteira – e as que se seguiram – também em Portugal.

- Por Maria Espírito Santo

RUI REININHO

“Lembra-me as festas e noites no Porto. Eu era daqueles que ficava ao pé do gira-discos. O Hey Jude tem aquele piano que convida ao slow e ainda por cima tem sete minutos, são sete minutos sem trocar de par. Mas eu era muito inseguro, tinha imensa vergonha de convidar as raparigas para dançar. É uma música descontraí­da que se nota que teve muito tempo e gosto em estúdio, de quem ficou ali a curtir. Representa uma grande fase da pop. E eles realmente são os rajás: o Elvis na altura morre de inveja, o Sinatra também. Esta música tem simplicida­de e rigor. Estes quatro tipos tinham um dom: juntar acordes que só depois de juntos parecem evidentes.

Não sou fã – sempre fui mais Rolling Stones – mas admiro-os. Vejo-os com distância e muito respeito. O Hey Jude é uma música que nunca mais acaba e uma pessoa não quer que ela acabe. Não é uma seca, não é como a pop dos dias de hoje.”

TOZÉ BRITO

“É perfeita para cantar de forma festiva. É a música que se canta num pub inglês, com uma caneca de cerveja na mão. Vivi três anos em Inglaterra e tenho essas imagens dos anos 70. Alguém pegava numa viola e começavam a cantar: é daquelas músicas para ser celebrada. Os The Beatles são especiais para mim. Cresci a ouvi-los e foi a banda que me fez querer ser músico. Aliás, no Quarteto 1111 além dos originais também tocávamos muitas covers, canções inglesas e americanas do pop rock. Reservávam­os o Hey Jude para momentos em que a plateia estava mais calma, calada. Cantávamos para animar a plateia, resultava sempre. É uma canção que é básica – três acordes – e tem uma melodia que entra no ouvido. Sabemos que vamos cantá-la para a vida toda.”

MARISA LIZ

“No fim dos concertos pomos a tocar uma música de que todos gostamos muito: antes passávamos o Always Look on the Bright Side of Life dos Monty Python agora, com o novo disco, estamos a passar o Hey Jude. No Festival Sol da Caparica a música pôs 25 mil pessoas a cantar juntas. É das favoritas dos Amor Electro. Sempre esteve presente na minha vida, fui ouvindo em situações diferentes: em miúda, com a família, com os amigos, com o Tiago [parceiro da banda e marido] e agora com os meus filhos. É do McCartney e nota-se que é dele. É um tema que está muito bem estruturad­o: na letra e no arranjo. Tem sete minutos e os últimos quatro são só ‘na na na naaaa’. Se calhar o facto de não haver restrições de língua, é o que faz toda a gente cantar. Tornou-se um hino universal, une toda a gente.”

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