Rui Miguel Tovar
Um golo de livre directo na Super Bowl de 1976 indica o caminho para o título dos Toronto Metros-Croatia.
Eusébio pede ao Chaves 15 contos por jogo mais despesas para deslocações, alimentação e hotel. Nada feito. Como quem diz, estás velho. Só passara um ano desde aquele golo no Super Bowl. O quê? Super Bowl?
É verdade. Em 1976, Eusébio assina pelo Toronto Metros-Croatia, uma das equipas da NASL (North American Soccer League). O plantel reúne ilustres desconhecidos como um brasileiro bom de bola (Ivair Ferreira), um italiano sofrível (Marcantonio), uma série de ic’s (Blaskovic, Fazlic, Lukacevic) e outros jugoslavos (Grnja, Juricko, Sutevski). O único internacional é mesmo Eusébio, já com 34 anos de idade e, claro, o número 10. A multiplicidade étnica dos Metros-Croatia é olhada de lado pelos fundadores da NASL. Daí que o comentador televisivo Jon Miller tenha sido aconselhado pela própria NASL a evitar dizer Metros-Croatia. A NASL prefere o glamourde Nova Iorque (Pelé e Chinaglia), Los Angeles (Best), San Antonio (Moore) ou Seattle (Hurst). Estes, sim, arrastam multidões dentro e fora dos estádios – só para se ter uma ideia, só uma média de seis mil adeptos vêem os Metros-Croatia.
Com a bola no pé, é diferente. E os Metros-Croatia chegam à final, vs. Minnesota Kicks. Acaba 3-0. E o 1-0 é de Eusébio, aos 41 minutos e 28 segundos (americanices), de livre directo.