“UM INSTRUMENTO DE GRANDE VALOR ACRESCENTADO”
Organizações e pessoas beneficiam desta aprendizagem. As pessoas ganham conhecimentos. O dia-a-dia das empresas torna-se menos complexo, mais simples.
Mário Ceitil, presidente da APG – Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas, explica nesta entrevista as vantagens da formação de executivos para as carreiras das pessoas e para o quotidiano das empresas. Aponta as áreas que procuram mais executivos e aconselha os gestores.
Que vantagens oferece a formação de executivos a um profissional no mercado de trabalho?
No contexto das actuais perspectivas da “aprendizagem ao longo da vida” e da “gestão do conhecimento”, a formação de executivos parece-me ser um instrumento de gran- de valor acrescentado, tanto para as pessoas, individualmente consideradas, como para as organizações, embora as motivações sejam diferentes num caso e noutro. Ao nível das pessoas, uma formação pósgraduada permite consolidar e aprofundar conhecimentos, ou outras competências, que não só potenciam o desenvolvimento de capacidades para a concretização de um melhor desempenho actual como permitem apetrechar as pessoas com ferramentas para um desempenho futuro. Seja em novas funções ou actividades, como em novas áreas de responsabilidade. Por outro lado, e sendo claro que, no mundo empresarial moderno, é em cada uma das pessoas que reside a principal responsabilidade e possibilidade de garantir a sua empregabilidade futura, não há dúvida de que quando um indivíduo aposta na sua própria formação, aposta no capital mais importante de que pode dispor para garantir essa mesma empregabilidade: ele próprio. A formação de executivos apresenta inegáveis vantagens para as pessoas e para a dinâmica dos desempenhos individuais e pode ter uma contribuição fundamental para o desenvolvimento das competências de gestão dos responsáveis e quadros portugueses, desde que a sua organização disciplinar contemple áreas de formação e metodologias que permitam a actualização de competências práticas e não apenas conceptuais. O que acontece, por exemplo, em cursos de pós-graduação que existem nas universidades, em Gestão Empresarial e Gestão e Desenvolvimento de Recursos Humanos.
Que vantagens oferece à sua empresa um executivo que aposte na formação?
Em vários contextos tem-se afirmado que a competência de “aprender a aprender” é talvez a mais pedida e valorizada pelas empresas. Isto faz sentido se tivermos em conta que as competências que são exigidas aos profissionais hoje são, e serão cada vez mais, complexas cognitivamente, exigindo das pessoas uma flexibilidade e agilidade mentais sem precedentes nas anteriores revoluções industriais. Ora, para se conseguir maior flexibilidade e agilidade mentais, é necessário ter uma aparelhagem conceptual que, atendendo à velocidade a que o conhecimento é hoje produzido e divulgado e tendo em conta o seu carácter cada vez mais especializado, não é suficiente uma pessoa obtê-lo apenas por si própria ou através da internet. Por isso, a procura crescente que se tem registado nos quadros portugueses de formação avançada reflecte a necessidade emergente que existe no mercado de pessoas que tenham mais e melhor conhecimento, capacidade e agilidade de raciocínio. E que tenham capacidade de, a partir da percepção e do entendimento da complexidade, conseguirem tornar o complexo simples e útil para o seu quotidiano e para a vida das suas empresas.
É fundamental para um gestor, hoje, frequentar um curso de formação de executivos?
Responderei com uma pequena “blague”, extraída de um spot publicitário que foi famoso em Portugal: “Mas podia um gestor funcionar sem cursos de formação de executivos? Poder até podia; mas não seria a mesma coisa…”
Em que áreas as organizações estão a recrutar profissionais para desempenhar cargos executivos?
Sobretudo nas áreas tecnológicas, na gestão, na gestão de pessoas e nas funções comerciais.
UM INDIVÍDUO QUE APOSTA NA SUA PRÓPRIA FORMAÇÃO, APOSTA (…) NELE PRÓPRIO