Quase mil maneiras de mudar um Orçamento
h Este ano foram 993 as propostas de alteração feitas pelos partidos ao Orçamento do Estado (OE) entregue pelo Governo no parlamento. O Bloco de Esquerda foi o que mais alterações propôs: 197. Mas o PCP não ficou muito atrás e apresentou 183 iniciativas, muito acima das 44 entregues pelo seu parceiro na CDU, o PEV. À direita, o PSD apresentou 169 propostas de alteração e o CDS 168. Os socialistas também acharam que o documento preparado por Mário Centeno podia melhorar e fizeram 103 propostas. Bastantes, mas mesmo assim menos do que as 129 elaboradas pelo deputado do PAN, André Silva.
Como já é tradição, os partidos entregaram propostas mesmo até ao fim do prazo previsto. A tentativa de melhorar as iniciativas e acrescentar mais algumas fez mesmo derrapar as horas previstas para as conferências de imprensa de apresentação das propostas. O PS, que chegou a convocar os jornalistas para uma apresentação às 16h, acabou por ir adiando a conferência de imprensa e foi o último partido a falar, às 19h.
Já o PSD optou por um método muito pouco habitual: apresentou as propostas de alteração ao Orçamento na sede nacional do partido e um dia antes de os restantes grupos parlamentares anunciarem as suas iniciativas. O modelo não agradou aos deputados sociais-democratas, que viram nesta forma de agir mais uma maneira de Rui Rio deixar clara a pouca importância que dá ao parlamento. É que os eleitos pelo PSD tiveram mesmo de ler pelos jornais aquilo que o seu partido preparou para o OE.