OBRIGADO, AMÉRICA, AINDA QUE SEJA TARDE
BLACK VELVET Poucos cantores
k entoar o verso
com a mesma propriedade com que Charles Bradley o cantou. Após 61 anos de uma vida que oscilou entre o miserável e o difícil, a América deu-lhe a oportunidade de gravar três discos que rapidamente se transformaram em compêndios de soul. Mas o que a América dá, a vida tira: Bradley faleceu precocemente, ainda em início de carreira, em 2017, com 68 anos.
é o seu último registo, um disco póstumo, que agrega algumas composições das sessões de gravação dos três álbuns anteriores. A razão de ser do nome do álbum remete para os tempos em que Bradley se dedicava CHARLES BRADLEY Funk, R&B • Ed. Daptone Records €14,99 podem a imitar James Brown em alguns bares de Nova Iorque e tinha como nome artístico, precisamente,
Ainda que o disco seja uma compilação de canções sem um fio condutor definido, poucas vezes um álbum póstumo soa tão coerente: fica a noção clara de que Bradley era o Sr. Soul dos nossos dias. Além de
ou
,a versão de (Nirvana) é absolutamente impressionante, bem como as versões de
(Neil Young) e de (Rodriguez). Além da reinterpretação de Bradley nestas versões, também impressiona a forma como o cantor norte-americano consegue encher cada nota como se sorrisse permanentemente, mesmo que, na maioria das vezes, a vida não lhe tenha dado motivos para tanto.
é a celebração dos últimos anos de Charles Bradley, os anos em que se tornou cantor e conseguiu tirar o pé da miséria e das dificuldades que o acompanharam ao longo da sua vida. Para despedida, seria difícil pedir melhor.