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Eça de Queiroz em destaque na Gulbenkian, nos 130 anos de Os Maias

Tudo o que Tenho no Saco celebra os 130 anos da publicação de Os Maias, reunindo livros e objectos do escritor, na Gulbenkian, em Lisboa. Por Rita Bertrand

“UM HOMEM POBRE da Póvoa de Varzim” era como se autodefini­a Eça de Queiroz, autor maior pouco apreciado no século XIX em que viveu, mas elevado a génio literário no seguinte, em que Os Maias – Episódios da Vida Romântica ganhou o estatuto de obra-prima que até hoje mantém. Seria humildade sincera ou pura ironia? De 30 de Novembro a 18 de Fevereiro, no piso inferior da Fundação Gulbenkian, em Lisboa (com entrada grátis), poderemos conhecê-lo melhor, na exposição Tudo o que tenho no Saco – Eça e os Maias, que traz pela primeira vez à capital grande parte do espólio que costuma estar na Casa de Tormes (em Baião), onde funciona a fundação dedicada ao escritor. Lá estarão a secretária onde escrevia, de pé, a cabaia chinesa que lhe foi oferecida pelo Conde de Arnoso, e outras preciosas peças que remetem para a geografia física e ficcional do autor de Os Maias, a saga familiar de três gerações e apogeu no amor incestuoso de Carlos e Maria Eduarda, originalme­nte editado pela Livraria de Ernesto Chardron, no Porto, em 1888 – embora sete anos antes tivesse escrito ao amigo Ramalho Ortigão, dizendo que estava a terminá-lo e seria onde colocaria “tudo o que tenho no saco”. Está claro que Os Maias estarão em destaque, mas também haverá espaço para outros livros, como O Crime do Padre Amaro (com as telas alusivas de Paula Rego), as crónicas ou os contos, e para cartas, fotografia­s e caricatura­s. Na programaçã­o paralela, haverá conversas, jantares queirosian­os (pelo chefMiguel Castro e Silva) a €25 e filmes inspirados nos livros de Eça.

Saga de três gerações, com apogeu num amor incestuoso, o romance OsMaiasfoi publicado em 1888

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Em cima: retrato de Eça com a cabaia chinesa que está na exposição, no núcleo que dá conta do seu percurso, da Universida­de de Coimbra ao jornalismo em Évora, passando pelo turismo no Oriente; em baixo, uma das telas de Paula Rego, inspiradas no seu romance, O Crime do Padre Amaro
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