Um processo que não acaba
Ocaso começou em 2011, com uma suspeita de esquemas de fraude fiscal e branqueamento de capitais a partir da loja de Francisco Canas, na Baixa de Lisboa. Sete anos depois, o processo Monte Branco ainda não chegou ao fim, mas já permitiu apanhar Ricardo Salgado e José Socrates e muitos esquemas e falcatruas que foram do caso BES/GES às privatizações da EDP/REN. É neste caso que também é detectado Hélder Bataglia e vários familiares de Sócrates, como o primo José Paulo Bernardo, e o amigo Carlos Santos Silva. Ou seja, as personagens que depois se tornaram o alvo principal em outros processos.
Na SÁBADO, temos acompanhado este caso com notícias exclusivas desde o início. Mas só agora o jornalista António José Vilela percebeu que o Ministério Público e a Autoridade Tributária juntaram ao processo muita documentação (inclusive cartas rogatórias brasileiras da Lava Jato) e centenas de resumos de escutas com conteúdo diverso: de simples indiscrições a pormenores sobre os bastidores dos mais importantes negócios públicos e privados das últimas décadas. Como a venda do BPN, as privatizações da EDP/REN, TAP/ANA e a venda do grupo DN/JN e TSF. De leitura obrigatória nas páginas 40 a 49.
Os sete ofícios de Portas
Não é fácil apanhar Paulo Portas em Portugal: o ano passado, o ex-líder do CDS esteve 180 dias fora do País. Envolvido em sete ofícios, que vão das aulas em universidades espalhadas pelo mundo à consultoria de empresas, a sua vida é talvez ainda mais agitada do que a que tinha quando era ministro do Governo de Passos Coelho. Por vezes em fusos horários diferentes e entre viagens de avião, a jornalista Margarida Davim foi conversando por email e SMS com Portas para o convencer a revelar como é agora a sua vida, afastado da política mas nem por isso mais longe dos poderes do mundo. Nas páginas 52 a 56.
A pioneira da aviação
Maria de Lourdes Sá Teixeira era uma mulher à frente do seu tempo. Praticava esgrima e ténis e queria voar. Foi uma vontade a que o pai, tenente-coronel médico, acedeu só depois de ela ficar doente por ele lhe negar os voos. Depois de tirar o brevet, em 1928, surgiram vários movimentos no País para lhe comprar um avião. Mas ela casou-se, teve três filhos e mudou-se com a família para o Brasil – e a sua breve carreira terminou. Regressaria anos depois, já sem o marido, para nunca mais falar das suas aventuras. Agora, a jornalista Maria Espírito Santo foi atrás da história e falou com alguns dos familiares de Maria de Lourdes. A neta, Maria João Bordallo, e o sobrinho-neto, Ricardo Sá Fernandes, guardam fotos, livros e dossiês com notícias e entrevistas sobre a primeira aviadora portuguesa. Para ler nas páginas 82 a 84.