ERA UMA VEZ UMA CASINHA
Ofacto de haver pouca indústria e poucas expectativas para os jovens esteve na origem da abertura de um pequeno estabelecimento em Estremoz, em 1980. Nascia a Salsicharia Estremocense, Lda. “Tínhamos saído há pouco tempo de décadas de obscurantismo. Com 22 anos e casado de fresco tinha algumas ideias para melhorar a minha vida e disse à minha mulher que tínhamos de fazer qualquer coisa. Então, apareceu uma casa pequena para trespasse dentro de Estremoz e apostámos em trabalhar por nossa conta”, recorda Francisco Arvana, o fundador da SEL. Para conseguir o trespasse utilizou dinheiro dos pais e do sogro. Os pais e o sogro emprestaram 50 contos cada. E a avó também lhe emprestou dinheiro. “Ao fim de dois anos paguei o que devia à minha avó. Um pouco mais tarde, paguei aos meus pais e sogro”. Em Novembro de 1980 trabalhava no estabelecimento Francisco, a mulher e a sua mãe. A filha mais velha tinha meses. Hoje trabalha na empresa como engenheira agro alimentar. Passados uns meses já trabalhava também a sogra. E após uns meses já trabalhava mais uma pessoa e depois outra. No início laboravam com um frigorífico de cozinha e matavam um porco por semana. “Passados uns meses já não chegava um frigorífico e tínhamos mais animais para abater. Volvido um ano comprei uma mota de três rodas; e, mais tarde, eu e a minha mulher conseguimos meios para tirar a carta de condução. E comprámos um carro. Assim foi a evolução”, relembra Francisco Arvana. Com um crescimento gradual, em 1984 surge a Salsicharia Estremocense, S.A. As novas normas que apareceram para Portugal entrar na Comunidade Económica Europeia (a CEE) foi outro dos motivos que levaram à criação da empresa. Como a carne deixou de poder ser vendida sem ter frio artificial, Franciso Arvana comprou o trespasse de uma casa comercial. “Ao fazê-lo, transformámos esse estabelecimento num talho e dá-se o grande boom da Salsicharia Estremocense. Passámos a trabalhar 25 carcaças por semana - antes trabalhávamos 12. Como não tínhamos instalações adequadas para manter aquela cadeia produção, pensámos num projecto para fazer uma salsicharia no local onde estamos. Uns meses após termos passado para estas instalações trabalhávamos 150 carcaças por semana”. O resto da história já se sabe: sempre a crescer até hoje.
Ambiente
A responsabilidade ambiental faz parte do dia-a-dia da empresa, que tem painéis fotovoltaicos a produzir 50% da energia que consome, painéis de aquecimento solar que aquecem 20.000 litros de água por dia, uma ETAR para tratamento de águas residuais, claraboias para uso de luz natural e assim a poupança de energia, uma caldeira a biomassa, aproveitamento de águas pluviais - 1 milhão de litros de água por ano e viaturas eléctricas.