Viver sem plástico
Épossível viver sem plástico? Foi este o desafio lançado à jornalista Maria Espírito Santo, que desde logo teve de percorrer 7 quilómetros a pé de casa até à redacção (os carros e autocarros estão carregados de plástico). Mas houve mais: visitas a lojas de produtos naturais, compras a granel ou em lojas online de comércio verde e sustentável. Em casa, foi necessário fazer várias trocas para evitar os materiais “proibidos”: passou a usar champô e desodorizante sólidos (vêm numa embalagem biodegradável), e uma escova de madeira e sabonete para lavar a loiça. “Nem quando, no supermercado, deixei cair todas as laranjas e maçãs, empoleiradas nos braços, quando as ia pesar, pensei ceder ao saco de plástico”, conta. Em vários cafés sentiu olhares de desprezo e até lhe disseram: “Ó menina, isso é tudo muito bonito, mas não é fácil.” É verdade, mas também não é impossível, como pode ler nas páginas 76 a 80.
Charutos e o leão nas maçanetas
Durante a entrevista a Eduardo Barroso, há várias referências ao Sporting – a começar pela mãe, que era lá ginasta e foi campeã nacional com 40 anos. Mas na sua casa, em Lisboa, apenas se vê o leão nas maçanetas das portas da sala. Também há corta-charutos e charuteiras de prata a decorar uma mesa. O médico contou à jornalista Susana Lúcio, numa conversa de três horas, que nos últimos dois anos e meio perdeu 18 kg por ter deixado de fumar charutos e de beber whisky – a forma como descomprimia todas as noites. Agora que, por limite de idade (faz 70 anos em Janeiro) deixou o Serviço Nacional de Saúde e a equipa com a qual efectuou 2.000 transplantes de fígado, escreveu um livro (Sobreviver) em que revela as suas preocupações e “o prazer de ser médico”. À SÁBADO, fala da infância, do pai – um médico que desprezava cirurgiões –, de como se tornou amigo de Marcelo Rebelo de Sousa na escola ou de como se proibiu de entrar num casino. Para ler nas páginas 82 a 86.
De onde vem o vinho de missa?
Nunca se questionou sobre o vinho que os padres bebem durante a eucaristia (é Porto?, é apenas água?)? Agora pode satisfazer a curiosidade. “É um licoroso especial”, diz o enólogo Antero Silvano. Desde os anos 60 que o vinho de missa é produzido nas Caves Primavera, em Águeda. E não é um exclusivo dos padres. Há muitas pessoas que o compram por curiosidade, para provar, principalmente através das lojas de artigos religiosos, como é o caso da Paramentaria, de Fátima. Beatriz Silva Pinto e Ricardo Meireles foram à Bairrada e contam como se faz este vinho frutado, com nuances de Moscatel e grão torrado, que tem um processo diferente do habitual (as uvas são colhidas mais tarde, a coloração não pode ser intensa e o processo tem de ser acompanhado por um padre). Nas páginas 72 a 74. Editor-executivo Carlos Torres