U-kra-ni-a
Na final inédita do Mundial sub-20, a Ucrânia dá a volta a um penálti do VAR a favor da Coreia para fazer a festa, em Lodz
Lodz. Diz-se woodge. É aqui na Polónia, mesmo no meio do país. Ninguém, ninguém mesmo, atravessa a passadeira com o sinal vermelho para o peão. É arrepiante, o sentido de cidadania. Olhamos para a direita e nada. Rodamos a cabeça para a esquerda e também nada. Nada num horizonte longínquo. E todos elas (as pessoas) à espera do verde. Woodge. Joga-se a final do Mundial sub-20, entre a vizinha Ucrânia e a distante Coreia do Sul. Nas bancadas, mais ucranianos que sul-coreanos. Muito mais. As camisolas amarelas destapam uma verdade incontornável. Os gritos de ordem idem. É que eles não param. Nem por um segundo. É só cânticos, todos indecifráveis. Todos, não. Um há bastante explícito. U-kra-ni-a, U-kra-ni-a, U-krani-a, U-kra-ni-a, U-kra-ni-a. Atenção, isto pode durar uns cinco minutos a fio.
Com este apoio, é improvável a vitória da Coreia do Sul. Que, a acontecer, seria a primeira de sempre de uma seleção asiática no Mundial sub-20. Será? O penálti assinalado pelo VAR dá-lhes vantagem, só que a U-kra-ni-a vai para cima deles sem dó nem piedade. Empata Supriaha, o irreverente número 11. Intervalo. Na segunda parte, bis de Supriaha. No último suspiro, sprint frenético de Tsitaishvili desde o seu meio-campo e 3-1. U-kra-ni-a, U-kra-ni-a, U-kra-ni-a.