O TRIO QUE DOMINA O TÉNIS
Nadal soma 12 troféus em Roland Garros, Federer tem oito em Wimbledon e Djokovic alcançou sete na Austrália. Eles dominam a modalidade há 15 anos.
Já têm mais de 30 anos, mas Federer, Djokovic e Nadal continuam a vencer. Quais são as razões?
Quem vai ganhar em Wimbledon? Se respondeu Roger Federer ou Novak Djokovic tem 66% de hipóteses de acertar. E se acrescentar Rafael Nadal, então as suas chances são de 100%. Com o quase certo fim da carreira de Andy Murray, vencedor em Londres em 2013 e 2016, os triunfos na prova, nos últimos 15 anos, passam a ser um exclusivo dos três mosqueteiros do ténis. Se é previsível acertar no vencedor de Wimbledon
(a edição de 2019 arranca a 1 de julho), o que dizer de Roland Garros, onde Nadal conquistou, a 9 de junho, um impossível 12º triunfo? O feito do espanhol não tem comparação noutros desportos individuais, mas alguns aproximam-se: Giacomo Agostini, no motociclismo, ganhou nove vezes o GP de Imatra (Finlândia); Michael Schumacher, na F1, venceu oito vezes em Magny Cours; Michael Phelps, na natação, somou oito medalhas de ouro em Mundiais e Olímpicos nos 200 m mariposa; Usain Bolt, no atletismo, conquistou sete ouros nos 200 m; e Jack Nicklaus, no golfe, triunfou seis vezes em Augusta. Se Nadal é um monstro na terra batida de Paris, o suíço Federer domina na relva de Wimbledon (oito troféus) e o sérvio Djokovic é rei na Austrália (sete triunfos). Os três tenistas, apesar da veterania (Federer tem 37 anos, Nadal 33 e Djokovic 32) não largam o trono. Desde 2004, ganharam 51 dos 60 torneios de Grand Slam. E 11 das 15
ATP Finals. Se alargarmos a contagem aos Masters 1000, o domínio continua avassalador: 95 triunfos (em 140), sendo 34 de Nadal, 33 de Djokovic e 28 de Federer. Surge depois Murray (o único que deu alguma luta, com 14 troféus), seguindo-se Zverev, Roddick e Davydenko (3 triunfos), Nalbandian, Tsonga e Safin (2) e mais 16 tenistas com uma vitória. Nos Masters 1000, os três registam sequências incríveis: Nadal tem 11 vitórias em Monte Carlo e 9 em Roma; Federer tem 8 triunfos em Cincinnati
e 5 em Indian Wells; e Djokovic tem 6 em Miami e 5 em Indian Wells. Como se explica este domínio? “O ténis está mais profissionalizado”, diz à SÁBADO o antigo selecionador António Cabral. “Hoje, os grandes tenistas são acompanhados por equipas técnicas multifacetadas que incluem fisioterapeuta e preparador físico. E têm nutricionistas que lhes tratam da alimentação. Têm mais cuidados, por isso as carreiras duram mais e conseguem manter um nível altíssimo.”
“OS GRANDES TENISTAS TÊM COM ELES EQUIPAS MULTIFACETADAS EM PERMANÊNCIA. TÊM MAIS CUIDADOS”, DIZ ANTÓNIO CABRAL