SÁBADO

Estilo ModaLisboa abre ao público a casa das fardas do Exército, na Graça

Os designers nacionais mais relevantes desfilam desta vez num edifício nunca antes aberto ao público em geral: as Oficinas Gerais de Fardamento e Equipament­o do Exército.

- Por Catarina Moura

À SUA 53.ª EDIÇÃO a ModaLisboa mostra que não tem medo de habitar a cidade – com tudo o que isso implica: criar relações com outras entidades, descobrir espaços e habitá-los, devolvendo-os aos lisboetas. Depois de quatro edições no Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, a Associação ModaLisboa leva o seu evento de tendências para a primavera-verão de 2020 para a zona do Campo Santa Clara, entre Alfama e a Graça. Entre quinta (10) e domingo (13) abre-se ao público, pela primeira vez, o edifício das Oficinas Gerais de Fardamento e Equipament­o do Exército (OGFE).

O sábado na Feira da Ladra promete ser especial: é pelo recinto onde acontece esta feira de artigos em segunda mão que se entra para o edifício do Exército onde acontecem cerca de 20 desfiles, dois deles de marcas que se apresentam neste evento pela primeira vez: HIUB (sáb., às 20h) e Stoners by Colisão Studios X Assimagra (21h). Vão cruzar-se feirantes e clientes, amantes do vinil e das louças portuguesa­s, turistas e vendedores de velharias com aficionado­s da moda.

Com convite pode assistir-se aos desfiles de jovens promessas no concurso Sangue Novo (6ª, 18h) e de designers como Awaytomars (6ª, 23h), Ricardo Andrez e Dino Alves (sáb., às 22h30 e 23h30), Kolovrat ou Luís Carvalho (dom., 19h e 21h). Mas, ainda que sem o bilhete dourado, qualquer um pode entrar nas OGFE, conhecer o edifício e o seu Jardim das Laranjeira­s, entrar em exposições e eventos de entrada livre e participar na conversa sobre o impacto positivo que a moda pode ter no futuro coletivo. Collective (coletivo, em português) é o mote desta edição que ajuda a renovar a ModaLisboa e está logo presente nas fast talks. As conversas que tipicament­e abrem estes quatro dias à quinta-feira, às 18h, acontecem desta vez no Mercado de Santa Clara para discutir o poder social, ambiental e ético da indústria. Também com entrada livre, inaugura a workstatio­n de designers no Palácio Sinel de Cordes, mesmo do outro lado da rua, sede da Trienal de Arquitetur­a de Lisboa. Aí, seis criadores mostram a moda fora do formato tradiciona­l dos desfiles.

Há mais exposições nas OGFE a acontecer durante os quatro dias de ModaLisboa: a workstatio­n de fotógrafos e ilustrador­es, que vão documentan­do os desfiles, uma mostra da indústria da moda e moda de autor portuguesa e outra dedicada à indústria do calçado promovida pela Associação Portuguesa dos Industriai­s de Calçado, Componente­s, Artigos de Pele e seus Sucedâneos.

A 53ª ModaLisboa estende-se ainda ao Coletivo 284, na Rua das Amoreiras, onde Olga Noronha, que cruza a moda com a joalharia e a escultura, expõe as peças mais marcantes da coleção ODE (2016). Além de um desfile no Panteão Nacional (o de Carolina Machado, às 15h de domingo), o fim de semana dá ainda a possibilid­ade de o público visitar o Museu Militar, em frente à estação de Santa Apolónia. É uma oportunida­de para entrar na Sala dos Gessos que guarda os moldes de algumas das mais famosas estátuas da cidade e habitualme­nte só é visitável por marcação. ◯

Com a mudança de morada, vão cruzar-se feirantes e clientes, amantes do vinil e das louças portuguesa­s, turistas e vendedores de velharias com aficionado­s da moda

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