Conguito Após a polémica com Bernardo Silva, eis a história do boneco
Nasceu há 58 anos e colou-se agora à piada do internacional português. A académica María Frías diz que a imagem representa o estereótipo de países ex-colonizadores. A marca garante à SÁBADO não haver “teor rácico”.
Portugal
A representante do produto, La Casa Portugal, instalou-se há 31 anos – e continua em alta. Os Conguitos vendem “25 mil unidades por mês”, diz à SÁBADO Jorge Barata, responsável de marketing, que garante não haver “nenhum teor rácico” associado, nem ter recebido reações à atual polémica.
Adaptações
Os snacks de amendoim e chocolate mudaram de mãos em 1987: do fabricante Fedimar passaram para a La Casa, que relançou o produto e suavizou a imagem do Conguito.
Autoria
O boneco original, nativo de lança em punho, foi criado em 1961 pelo ilustrador, então com 20 anos, Juan Tudela Férez. À época, não ficou alheio à independência do Congo.
Estereótipo
Em 2003, María Frías considerou a imagem ofensiva. Sobre a controvérsia, a académica diz à SÁBADO que é a favor da posição da FA porque, “em países ex-colonizadores, como Espanha, a tendência é para minimizar comportamentos racistas associados a piadas”.
Federação
A FA mostrou-lhe o cartão vermelho de “má conduta”. O jogador terá quebrado as regras E3 (1) e E3 (2), sobre insultos e referências à raça. Pode responder à acusação durante esta semana, até dia 9.
Ao equiparar a foto de infância de Benjamin Mendy ao Conguito, Bernardo Silva mancha a carreira no Manchester City. O tweet de 22 de setembro com a legenda “adivinhem quem é?” tornou-se viral e provocou reações.
Rastilho
A organização antirracismo Kick It Out reagiu, sentindo-se “desapontada”. Pediu também à Federação Inglesa (FA) para dar seguimento ao caso.
Conguito gate
É desta forma que a imprensa desportiva se refere ao episódio. Terá sido uma brincadeira entre amigos, alegam o internacional português e o técnico catalão Guardiola.