ANDRÉ ENTRE AS MULHERES
Depois de quatro anos sozinho, André Silva vai ter mais protagonistas com ele no parlamento – e o femininonão é um acaso, são três deputadas. Está feliz.
Quatro vezes se festejou entre os cerca de 100 filiados e simpatizantes do PAN antes de André Silva discursar. Quando, já depois da 1 hora da manhã, subiu ao palanque, o porta-voz gritou: “Somos o único grupo parlamentar em que os homens estão em minoria. Somos um grupo parlamentar feminista.” E sorriu. A proclamação do até agora deputado único do PAN surgiu apenas quando os resultados eleitorais estavam apurados – e confirmavam que o partido tinha quadruplicado o número de parlamentares. Além do engenheiro, de 43 anos, a seu lado estarão agora as juristas Inês Sousa Real, de 39, Cristina Rodrigues, de 34, e a psicóloga Bebiana Cunha, de 33. Será um homem entre mulheres. Durante os 20 minutos seguintes, o líder foi apaixonado, corrosivo e determinado. “Estes quatro deputados vão ser a vossa voz.” Por que causas se vai ouvir essa voz? Pelo ambiente e pelos direitos dos animais, sem dúvida, mas também pelo “combate à corrupção”, pela “erradicação da pobreza”, pela “denúncia e repúdio de regimes totalitários”, pela “igualdade de género” ou por “modelos inovadores de educação”. Condenou o “extremismo” do CDS e do recém-chegado Chega. E confessou-se “aberto ao diálogo”. O PAN acabou por concretizar nestas eleições o sonho dos três partidos (IL, Chega e Livre) que agora elegeram um só deputado: transformar-se num grupo parlamentar.