REVOLUÇÃO VEGETAL EM CURSO
Plant Revolution, a inaugurar sábado, 19 de outubro, em Guimarães, questiona a relação do homem com as plantas projetando um futuro de domínio vegetal.
O HOMEM e a sua relação com o reino vegetal está no cerne de Plant Revolution, uma exposição coletiva organizada por Margarida Mendes, que explora não só o elo orgânico entre as duas partes, mas também a mediação digital que as interliga. Partindo de uma projeção imaginária, de um futuro dominado pelas plantas, pretende-se fazer uma retrospetiva sobre o presente e aquilo que o Homem ainda pode aprender com o que o rodeia, numa abordagem que toca a biomimética ao mesmo tempo que reflete acerca do domínio humano sobre o ambiente. Para esta mostra foram convidados artistas nacionais e internacionais que no seu trabalho abordam temáticas relacionadas com a biodiversidade, a sustentabilidade e a diversidade cultural, como, Filipa César, Peter Zin, Paulo Tavares, Joachim Koester ou o duo Knowbotiq, para explorarem coletivamente a relação Homem/Planta nos seus pontos de contacto e afastamento. Há, por um lado, uma desigualdade criada pela mão do Homem, que através da indústria alimentar e da geoengenharia tem alterado profundamente o sistema climático da Terra e produzido deformações genéticas no reino vegetal, mas também respostas agroecológicas que aproximam o ser humano de práticas ancestrais, baseadas em filosofias indígenas, e que tentam inverter a desigualdade entre os dois espectros. Nas palavras de Nuno Faria, diretor artístico do Centro Internacional das Artes José de Guimarães, que acolhe a exposição, Plant Revolution é “um dispositivo de encontro” com trabalhos muito diversos – do filme à palavra – na sua conceção. Paralelamente à exposição, a artista e investigadora Teresa Castro, professora na Sorbonne especializada em teoria das imagens, participa numa conferência (19 de outubro, 17h) sobre o modo como a mediação técnica pode ajudar a repensar o nosso lugar no mundo e a relação com as plantas.
Plant Revolution faz parte do eixo programático “Resgatar a Diversidade”, do centro cultural vimaranense, que inclui ainda um ciclo de músicas do mundo que arrancou em julho com Aline Frazão e termina a 23 de novembro com o trio espanhol Zulu Zulu. ◯
A exposição integra obras de Filipa César, Peter Zin, Joachim Koester, Paulo Tavares e do duo Knowbotiq