SÁBADO

ENFRENTAR A CIDADE SOBRE TRÊS RODAS

Apesar do motor de 300 cc, a carta de condução de veículos ligeiros é suficiente para se conduzir a nova Piaggio MP3 300 HPE, que quase parece andar sozinha, tão fácil e ágil é de manejar.

- Por Markus Almeida

Parecem feitas para assegurar uma transição suave a quem deseje abraçar uma vida a duas rodas – ou, neste caso, a três

“ANDA DE MOTA?” perguntou Patrick Figueiredo, da loja Moto Spazio, ao jornalista antes de lhe passar para as mãos a chave da nova Piaggio MP3 300. O jornalista até anda, mas apenas nas elétricas partilhada­s e com potência equiparada a 50 cc – portanto, scooters seis vezes menos potentes e muito mais leves do que aquela que seria o seu meio de transporte nos dias seguintes. Deveria o jornalista ter ficado preocupado? O responsáve­l da loja abanou a cabeça e disse que não: “Por ter três rodas, as MP3 de 300 cc podem ser conduzidas por quem tiver apenas a carta de condução de carros.” A lei que possibilit­a qualquer encartado na categoria B de conduzir motas até 125 cc é, no caso destes triciclos, alargada até aos 500 cc de potência. “E acontece estas motas serem muito mais seguras”, acrescento­u ainda. E o que Patrick diria a seguir confirmar-se-ia durante o test drive: que os buracos na estrada, as lombas, os carris dos elétricos e outros obstáculos por regra sinónimo de perigo para motociclis­tas de duas rodas tornam-se relativame­nte imponentes perante a estabilida­de do trio de rodas. Portanto a resposta à pergunta inicial – “sim, mas...” – não tinha razão de ser. Porque a MP3 é tão fácil de conduzir que até o motociclis­ta mais inexperien­te não teria problemas de chegar ao seu destino são e salvo.

Não é só a roda extra que facilita o seu manejo. São vários os mecanismos de segurança que fazem a MP3 parecer feita para garantir uma transição suave a quem deseja abraçar uma vida a duas rodas – ou neste caso, a três.

Há o travão de estacionam­ento que, como o de mão nos carros, tranca as rodas. Há os bloqueador­es de suspensão que fazem a mota aguentar-se de pé, imóvel, sem auxílio de apoios ou de descansos. E há um travão de pé junto ao descanso que que atua sob as três rodas, caso assim se queira – mas o jornalista não quis. Ainda experiment­ou, mas depressa verificou que está por ser criada uma forma mais intuitiva de abrandar um veículo sobre duas rodas (ou três) do que o apertar das manetes.

A MP3 é potente que baste para a cidade (a versão 300 tem 26,2 cavalos) e permite atacar a autoestrad­a e vias rápidas com segurança, culpa do ABS e da sua dimensão, a impor algum respeito entre automobili­stas.

Ainda que a nova MP3 seja mais pequena que a versão original de 2006 que fez das motas de três rodas um sucesso de vendas – “há oito anos que é a mota mais vendida em França”, revela Patrick – os cuidados a ter são os mesmos. Ela é ágil, mas não deixa de ser pesada – algo que se esquece a fintar o trânsito mas de que somos lembrados à mínima distração. Um sinal vermelho em que o pé demore a ir ao solo ou uma inversão de marcha numa rua inclinada e começa uma sessão de halterofil­ismo em que o levantar do peso é substituíd­o por um exercício chamado “não deixar cair a mota.” “E então, gostou?”, perguntou Patrick uns dias depois. O jornalista gostou, sem dúvidas. E custou-lhe devolver a scooter, mas não ficou indiferent­e ao “perigo”escondido : é que com a Piaggio MP3 300, qualquer um se convence que sabe andar de mota. ◯

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Apesar de ser mais larga do que muitas scooters de duas rodas, a nova MP3 revelou agilidade no trânsito urbano
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A Piaggio MP3 HPE 300 é vendida partir de €7.200, já com documentaç­ão

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