Bastidores
No último capítulo da grande investigação às transformações ocorridas na região do Alqueva, o repórter Paulo Barriga relata-nos as mudanças sociais provocadas pela implementação do olival intensivo. Se, por um lado, a imigração em massa de estrangeiros transformou as aldeias da região numa verdadeira Babel e ajudou a estancar a queda da curva demográfica, por outro, a criminalidade associada ao tráfico de seres humanos disparou na mesma proporção. O jornalista foi uma testemunha privilegiada da forma como muitas localidades passaram a viver à custa da exploração destes trabalhadores estrangeiros – sobretudo no que toca ao acolhimento. Mesmo atrás da sua casa, uma antiga exploração de borregos foi convertida num hostel para hindustânicos – a comunidade que melhor se integrou e que aos domingos se junta e improvisa um campo de críquete para jogar a tarde inteira.
De uma investigação para outra
Quem quiser compreender o que está a acontecer com a derrocada do poder de Isabel dos Santos, devido ao Luanda Leaks, tem de perceber a investida financeira em Portugal e as relações cruzadas entre instituições bancárias angolanas e portuguesas. Nesta edição, o diretor adjunto António José Vilela, a redatora principal Ana
Taborda e o jornalista Bruno Faria Lopes revelam a história de bastidores dessa teia, escrita com base em testemunhos, documentos sobre transferências suspeitas de angolanos e emails trocados entre banqueiros.
Pais (quase) incógnitos
Durante o congresso que o entronizou como novo líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos teve a companhia discreta dos pais. José e Ana andaram pelo pavilhão de Aveiro sem que ninguém desse por eles. Ninguém exceto a subeditora Sara Capelo, que os reconheceu de algumas fotos vistas no Facebook do sucessor de Assunção Cristas. Numa conversa de 14 minutos, os pais de Chicão contaram algumas histórias do filho e revelaram que a alcunha pela qual ele é conhecido não lhes agrada muito. Em casa tem outro petit nom. Para saber qual é terá de ler a reportagem a partir da página 50.
Fácil e barato
Durante a entrevista dada à subeditora Vanda Marques, o professor e nutricionista Pedro Graça lançou um alerta: o sal mata mais do que o açúcar. No final, desafiámo-lo a ser fotografado a atirar sal ao ar – e ele aceitou. O fotógrafo Ricardo Meireles tentou ensaiar a foto na biblioteca da Universidade do Porto, mas não foi autorizado: o sal ia corroer os móveis antigos. A solução foi fazer a imagem na rua com um pacote de meio quilo que custou 40 cêntimos. No final, Pedro Graça comentou: “Está a ver como é tão fácil de usar, é tão barato.” É mesmo.
Boa semana. W