Pink Floyd à conquista do mundo
O álbum de 1973 deu à banda o reconhecimento planetário que lhe escapou nos sete anteriores
Pode parecer estranho começar esta coleção com um álbum de 1973, o oitavo da banda inglesa, mas não é: The Dark Side of the Moon foi o disco que tornou os Pink Floyd estrelas mundiais e é o recordista de permanência na tabela de mais vendidos da Billboard – ao todo, 917 semanas, seguido do best of de Bob Marley,
Legend, com menos de metade, 386. Além disso, em 2003 a Rolling Stone deu-lhe o segundo lugar na lista dos mais importante da história do rock, apenas atrás de Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles.
Mas afinal o que tem de especial este disco que já vendeu mais de 50 milhões de exemplares em todo o mundo – e inaugura a 6 de fevereiro a nova coleção da SÁBADO –, do grupo então formado por Roger Waters, David Gilmour, Nick Mason e Richard Wright? Para começar, a capa, que é das mais icónicas de sempre. Criação da dupla de designers Aubrey Powell e Storm Thorgerson, sintetizou de forma sublime os dois lados de The Dark Side of the Moon: no prisma (que é uma referência às pirâmides egípcias, símbolo de perfeição), a simplicidade; no arco-íris, a promessa do manancial de emoções de todas as tonalidades no seu interior, que expressa uma viragem na vertente lírica dos Pink Floyd: até aí muito enigmática, graças à verve bi
zarra de Syd Barrett (que saiu da banda em 1968, devido a problemas mentais), tornou-se aqui mais emocional e íntima, mas também direta, focando temas universais como o materialismo, a alienação e a perda.
Mas claro que o mais importante é a música – rock progressivo, como estava em voga, mas com detalhes pioneiros. Gravado entre maio de 1972 e janeiro de 1973, com digressões e escapadelas de Roger Waters para ir ver futebol pelo meio, nos estúdios da londrina Abbey Road (que os Beatles tornaram famosos e era o único apetrechado com tecnologia multicanal), teve o “toque de Midas” de um engenheiro de som chamado Alan Parsons, que conseguiu entender bem as criações da banda, que incluíam sons nunca ouvidos em disco – como moedas verdadeiras, em Money, ou relógios, em Time.
De resto, além dessas já citadas faixas, tinha outras memoráveis, que viriam a tornar-se clássicos dos Pink Floyd, como Breathe, Us and Them, Brain Damage ou Eclipse.W