BREVE HISTÓRIA DO ÓSCAR
k Se entrarmos na máquina do tempo dos Óscares, é quase certo que dela sairemos desiludidos. Comparando os nomeados e os vencedores das cerimónias realizadas a cada duas décadas até chegarmos ao número redondo (as capicuas têm um simbolismo perigoso) de 2020, a primeira conclusão será: há colheitas anuais melhores do que outras, mas a tendência é um decréscimo cronológico de qualidade.
Os Óscares de 1940, 1960, 1980 e 2000, com todo o seu reportório de triunfos, desequilíbrios e iniquidades, refletem o estado da nação cinematográfica de cada período histórico.
Em 1940, o sistema de estúdios funcionava a pleno vapor. Em 1960, sentem-se as réplicas do terramoto televisivo, com as superproduções em cinemascópio multiplicando-se como cogumelos, muitos intragáveis ou venenosos.
Em 1980, dá-se o glorioso ocaso da New Hollywood (a vaga de cineastas cinéfilos e inicialmente fora do sistema como Scorsese, Coppola, De Palma ou Bob Rafelson) – são os efeitos de outro sismo, o de Spielberg e Lucas, ou Tubarão (1975) e Star Wars (1977). Já em 2000, Weinstein é rei, o cinema independente americano – depressa absorvido pela indústria – ainda prospera e
Em 1940, o sistema de estúdios funcionava a pleno vapor. Em 1960, sentem-se como nunca as réplicas do terramoto televisivo