SÁBADO

Ciência Conheça os estudos mais recentes sobre a covid-19

Tenha um espaço que se distinga das áreas de lazer, para não se perder na preguiça do sofá. Cancele as notificaçõ­es no telefone e no computador. Faça reuniões e chamadas em vídeo para manter a conversa em dia com os colegas.

- Por Sara Capelo

Não há de surpreende­r o leitor que este artigo que agora começa a ler tenha sido escrito nos primeiros dias de um isolamento social forçado pela pandemia — o que para uma mãe de duas crianças até 5 anos, significa estar sentada no sofá pelas 5h30 da manhã, ainda de pijama e com a manta sobre as pernas, a escrever os primeiros carateres de um texto que será uma lição para ambos.

TRABALHAR REMOTAMENT­E

Organizaçã­o, rotina e Skype

h Como jornalista e agora como blogger, Sónia Morais Santos trabalha há muito a partir de casa. Mas há dois elementos novos a que a autora de O Cocó na Fralda ainda se está a habituar: ter os filhos em permanênci­a em casa e a empregada doméstica, que todas as tardes acompanhav­a os ritmos desta família numerosa, não estar. Na segunda-feira, 16, que foi o primeiro dia oficial sem aulas, ela e o marido sentaram-se com Manuel (18 anos), Martim (15), Madalena (10) e Mateus (5) para definirem juntos uma nova forma de organizaçã­o. “Passámos-lhes a ideia de que é fundamenta­l para não começarmos aos gritos.” De manhã, todos têm que arrumar os quartos. A sala e a cozinha, onde estarão parte do dia, também não podem estar numa bagunça. Depois, é hora de vestir. “Como freelancer sempre me vesti e pintei como se fosse para a rua. É uma diferencia­ção entre o dia e a noite quando o espaço não muda”, descreve. Agora que as crianças estão lá todo o dia, a interrompe­r, “pegando-se à porrada”, como diz, “vamos produzir manifestam­ente menos”.

Será? Para António Costa, esse até pode ser o resultado nos primeiros dias de trabalho. Mas a produtivid­ade acabará por aumentar. Promessa de especialis­ta em organizaçã­o do trabalho: “80% das pessoas são mais produtivas em casa, consegue-se produzir mais em menos horas. Em agosto de 2019, a Microsoft reduziu a semana para quatro dias e aumentou a produtivid­ade em quase 30%”, exemplific­a o senior partner do Kaizen Institute, uma consultora que ajuda as empresas na gestão e no planeament­o das suas atividades.

Costa cita um outro número relevante: “Um habitante de Lisboa gasta em média 136 h/ano dentro do carro em deslocaçõe­s e congestion­amentos de trânsito; eliminar as deslocaçõe­s e o stress que elas causam é uma grande vantagem.” Esse é um dos aspetos positivos que Maria Luís Rodrigues, 46 anos, retira desta estadia forçada em casa. Outro: estar mais tempo com a filha, de 4 anos. “Queixamo-nos no dia a dia do trânsito, da demora a chegar ao trabalho, e tentamos ao máximo compensar os filhos no fim de semana e ao fim do dia. Agora que temos esta vantagem é tentar tirar o maior partido dela.”

Não ficar isolado e exercitar-se

No seu caso, tem aproveitad­o as horas antes de a filha acordar para começar a trabalhar e durante o dia vai “fazendo a gestão”: “Interrompo para lhe dar atenção, arranjo forma de a entreter (com livros, atividades), comprei livros para ela pintar.”

A responsáve­l pela comunicaçã­o da Liberty Seguros é um dos cerca

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