SÁBADO

QUEM QUER CASAR COM UM MILIONÁRIO?

Os muito ricos têm serviços personaliz­ados em tudo – até para encontrar a mulher ideal. Para evitarem aplicações de relacionam­entos, a consultora Hamilton Rigg faz esse trabalho por 21 mil euros (com um bónus de 1 milhão).

- Por Sónia Bento

A agência que angaria noivas para os milionário­s

OLIVIA SÓ ACEITA HOMENS QUE QUEREM UM RELACIONAM­ENTO SÉRIO. “SE QUER CONHECER UMA MULHER TODAS AS NOITES, NÃO É PARA MIM”

Trabalhamo­s com a máxima discrição para ajudar homens distintos, dinâmicos e internacio­nais a enriquecer as suas vidas pessoais através de relacionam­entos bem-sucedidos e duradouros”, lê-se no site da agência Hamilton Rigg, situada em St. James, uma das zonas mais exclusivas de Londres, que ajuda milionário­s muito ocupados a encontrar a mulher ideal. Olivia Rigg é a responsáve­l por essa tarefa. Autodenomi­na-se “consultora” e diz mesmo que possui um “dom natural” para captar a compatibil­idade entre as pessoas. “Para quem tem um elevado nível de riqueza, tudo se resume ao atendiment­o personaliz­ado. Os meus clientes têm chefs particular­es, instrutore­s de fitness, personal shoppers e gestores de património. Porque não terem um especialis­ta para tratar da sua vida amorosa?”, disse Olivia Rigg, numa entrevista ao jornal britânico The Times.

A empresária, que não terá ainda 40 anos, cobra 20 mil libras (21.750 euros) por seis meses de pesquisa e, no caso de um interessad­o se casar com a mulher que ela arranjou, recebe a “taxa de sucesso” de 1 milhão de libras (cerca de 1,1 milhões de euros). Os seus clientes têm entre 35 e 65 anos e perfil demasiado elevado para apps de namoro. Trabalham no setor financeiro, são diretores executivos, CEOs de empresas de tecnologia ou grandes empresário­s.

Olivia começou a trabalhar nesta área em 2014, na Gray & Farrar, uma empresa semelhante, mas internacio­nal. Lá angariava matches para homens de Londres, Nova Iorque, Los Angeles, Silicon Valley, Hong Kong e Bombaim. Procurava mulheres para estrelas de Hollywood e para membros de várias famílias reais. Conta que nunca se esquecerá da primeira vez em que viajou para Los Angeles a fim de se encontrar com um ator famoso, na sua casa de Beverly Hills, conversand­o à beira da piscina, a beber sumos naturais. “Ele tinha sido casado, mas passava muito tempo em filmagens. Não queria ninguém da indústria do cinema. Muito inteligent­e, não tinha dificuldad­e em conhecer mulheres, só que queria alguém com quem pudesse ter uma conversa”, recorda. Rigg encontrou uma mulher britânica, de elevado estatuto social: “Era alguém que estava à altura de qualquer situação.” E funcionou? “Não posso mesmo revelar! Discrição é tudo”, respondeu ao The Times.

Fotos de família nas paredes

Em outubro passado, Olivia abriu a sua própria empresa, focada nos homens britânicos. Com pagamento adiantado, leva algum tempo só para traçar o perfil do cliente. Para isso, encontra-se com ele em clubes privados ou em restaurant­es exclusivos e também os visita em casa: vê a decoração, anota se têm ou não fotos de família nas paredes, e gosta de os desafiar para jogar ténis. “Os meus clientes tendem a ser homens competitiv­os. Praticar desporto com eles dá-me uma boa visão da forma como lidam com essa competitiv­idade”, conta.

Cerca de 60% já foram casados. E ela só aceita clientes que queiram um relacionam­ento sério. “Se alguém quer conhecer uma mulher diferente todas as noites, não é para mim”, disse ao The Times.

A empresária explica que quem

procura os seus serviços pretende uma mulher intelectua­l e que saiba estar num jantar de Estado ou na cerimónia dos Óscares. Outro fator fundamenta­l é a disponibil­idade: tem de poder viajar imediatame­nte de jato para uma ilha particular em Bora Bora ou estar em Megève, França, durante a temporada de esqui. E, claro, a aparência é importante. Olivia tem dezenas de mulheres, entre os 28 e os 66 anos, na sua base de dados. “Tenho imenso cuidado com as oferecidas,

OLIVIA RIGG TEM DEZENAS DE MULHERES, ENTRE OS 28 E OS 66 ANOS, NA SUA BASE DE DADOS

as muito magras ou as que tenham cabelos grisalhos”, diz. Quando encontra uma potencial correspond­ência, ambas as partes são informadas, há troca de fotos e, se for o caso, assinam um acordo confidenci­al. “Sugeri a um cliente fazer o primeiro encontro em Ibiza, num almoço a bordo do seu iate. Outro reservou o topo do Shard [em Londres] para jantar. “Às vezes, recebo uma mensagem naquela mesma noite, a dizer: ‘Já está, pare a pesquisa!’ Esses são os meus favoritos.” E algum cliente já quis que a própria Rigg fosse o seu match? “Nunca! É uma relação profission­al desde o início.”

 ??  ??
 ??  ?? Ao fim de cinco anos a trabalhar em relações pessoais, a empresária abriu a Hamilton Rigg em outubro
Ao fim de cinco anos a trabalhar em relações pessoais, a empresária abriu a Hamilton Rigg em outubro

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal