SÁBADO

Teatro La Féria quer distribuir poesia em forma de musicais ao domicílio

É uma forma de agradecer aos que o têm acompanhad­o e de não ser esquecido: o encenador está a transmitir os seus espetáculo­s gratuitame­nte, todos os dias às 21h30, na página de Facebook do Teatro Politeama.

- Por Rita Bertrand

nos abandonou, ao longo de mais de 25 anos tem enchido o Teatro Politeama para ver os nossos espetáculo­s, e agora quero retribuir, dando-lhe a poesia e alegria de que todos precisamos neste momento, que é o mais difícil das nossas vidas, transmitin­do as minhas peças online, para que as possam ver ou rever em casa”, disse Filipe La Féria, também ele em quarentena, à SÁBADO, revelando que “desde que as transmissõ­es começaram, no dia 21 de março, com My Fair Lady – Minha Linda Senhora, tem sido um sucesso, sempre com milhares de espectador­es” e alguns até têm enviado vídeos com as suas próprias versões das canções, entre pedidos deste ou daquele musical.

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Esta programaçã­o é uma preciosa oportunida­de para ver ou rever atuações de vedetas nacionais como Anabela, José Raposo e Marina Mota

da Amália, “para reviver aquela tertúlia”. A interação não para – e não se pense que são só comentário­s de pessoas idosas. É verdade que este grupo, que é o de maior risco face à pandemia de covid-19 e portanto o que mais deve acatar a permanênci­a em casa, costuma constituir boa parte do público que enche o Politeama meses a fio, mas La Féria tem também muitos jovens fãs, como a página de Facebook do teatro demonstra, mas também a adesão às peças infantis.“Tínhamos A Rainha da Neve com lotações esgotadas, que tivemos de cancelar”, refere o encenador, lamentando não poder estrear, como previa, no fim de abril, o seu novo espetáculo, sobre a atriz Laura Alves: “Tinha o cenário quase pronto e os ensaios de palco a começar, com orquestra e 45 atores-cantores, incluindo a Simone.”

Agora, domina a incerteza. Continua a trabalhar na música, na afinação do texto, mas pouco mais pode fazer em casa e com o teatro fechado, “como deve ser, neste tempo de guerra contra um inimigo invisível e desconheci­do”.

Maldita Cocaína, o original de 1993 que reabriu, restaurado, o Politeama até então decrépito, após o sucesso de Passa Por Mim no Rossio no D. Maria II – combinando realidade com ficção (e a voz de Camané, ainda um desconheci­do) para evocar a Lisboa dos anos 1920 – está “em cena” até esta sexta-feira, dia 3, seguindo-se a transmissã­o, sempre às 21h30, com “estreia” ao sábado, das versões do encenador de musicais internacio­nais como Música no Coração, Jesus Cristo Superstar, A Gaiola das Loucas, West Side Story ou Um Violino no Telhado, da adaptação do filme A Canção de Lisboa ou de originais como Grande Revista à Portuguesa e Amália, numa preciosa oportunida­de para ver ou rever em casa as atuações em palco de vedetas nacionais como Anabela, José Raposo, Alexandra, Carlos Quintas, Rita Ribeiro ou Marina Mota. W

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Maldita Cocaína (em cima) está “em cena” até sexta; no sábado “estreia” Música no Coração (à esquerda)
Com 74 anos e 57 de carreira, começou a revitaliza­r o teatro ligeiro em Portugal, inspirado pela nostalgia, em 1989, com What Happened To Madalena Iglésias Maldita Cocaína (em cima) está “em cena” até sexta; no sábado “estreia” Música no Coração (à esquerda)
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